A semana de prevenção ao suicídio no Japão vai do dia 10 ao 16 anualmente como uma forma de conscientizar e evitar que o número de suicídios no país continue crescendo. Mundialmente, Setembro amarelo é conhecido como o mês de prevenção ao suicídio.

 

No Japão o pico chegou a mais de 34 mil casos no ano de 2003, mas felizmente este número vem caindo anualmente e em 2019 atingiu o menor número desde 1978 com pouco mais de 20 mil casos.

 

Record TV Japan / fonte: Polícia Central

 

 

 

Segundo dados da Polícia Central, os maiores motivos tem sido problemas de saúde com 48% dos casos, 15% por problemas financeiros principalmente provocados pelo desemprego, 13% por problemas familiares, 10% por problemas no trabalho, e o restante por problemas de relacionamento amoroso, escolar e outros (Veja gráfico).  Mais da metade estão na faixa etária dos 40 a 60 anos de idade e em sua maioria homens.

 

O Japão ocupa o 9º lugar no ranking mundial de suicídios, sendo o primeiro a Lituânia, seguido da Coréia do Sul. Mesmo assim, ainda é o país com maior número entre os 7 países mais desenvolvidos.

 

O auxílio psicológico poderia ser o suficiente para evitar 90% dos casos de suicídio. Muitos casos acabam sendo causados em decorrência de doenças mentais que não são tratadas. Entretanto, não são tratadas porque as pessoas nem sequer sabem que precisam de ajuda. Surpreendentemente, 60% das pessoas que suicidaram não chegaram a procurar ajuda.

 

No Japão, as abordagens sociológicas tendem a concordar que o suicídio  é considerado natural e é facilitado pela inexistência de uma cultura religiosa, moral ou social que o penalize. O ato é claramente aceito pela sociedade como o último recurso para resolver um problema, apresentando-se, quase sempre, como uma válida alternativa para o indivíduo.

 

Principais motivos de suicídio no Japão

 

Por que setembro amarelo?

 

O casal Dale Emme e Darlene Emme foram os responsáveis por dar o pontapé inicial a campanha de prevenção ao suicídio. Mike Emme, filho do casal, se matou com 17 anos em 1994. O jovem era reconhecido por ser muito caridoso e hábil em mecânica. Aliás, ele até restaurou um Mustang 68 e o pintou de amarelo.

 

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Como o jovem era apaixonado no carro, passou a ser chamado de Mustang Mike. Entretanto, ninguém conseguiu reconhecer os sinais que Mike dava de que queria acabar com a própria vida. Posteriormente, em seu funeral, uma cesta com cartões e fitas amarelas estava ao alcance de todos que quisessem pegar um cartão.

 

A ideia veio dos amigos de Mike. Os 500 cartões com fitas amarelas tinham um recado para quem pegasse: se você precisar, peça ajuda. Os cartões chegaram a todos os cantos dos Estados Unidos e, surpreendentemente, os pedidos de ajuda começaram a surgir.

 

Por fim, a fita amarela acabou se tornando símbolo do programa que ajuda aqueles que querem tentar suicídio a buscar ajuda. Em seguida, em 2003, a OMS declarou que dia 10 de setembro seria o Dia Mundial da Prevenção do Suicídio. E a cor do carro de Mike tornou-se a escolhida para representar o movimento.

 

O suicídio por imitação

 

Mesmo com o setembro amarelo, as pessoas têm medo de falar sobre suicídio e acabar induzindo pessoas a seguirem esse caminho. Esse evento é conhecido como Efeito Werther. Ele ganhou esse nome por causa do livro Os Sofrimentos do Jovem Werther, publicado em 1774.

 

Na história, que tem um tom depressivo, Werther acaba suicidando no final. Entretanto, no período, o livro foi considerado a causa de uma onda de suicídios entre os jovens europeus. Posteriormente o Efeito Werther foi comprovado de forma científica, conhecido como suicídio por imitação.

 

AdobeStock

Além disso, em 1962, com a morte de Marilyn Monroe e em 1994, com a morte de Kurt Cobain, os suicídios americanos também tiveram um grande aumento. Por fim, é por esse motivo que a OMS aconselha a mídia a não expor formas e processos de suicídio, para evitar o incentivo.

 

Todavia, é importante ressaltar que nenhum dos eventos causaram as mortes. Quem buscou o suicídio após ser exposto a essas notícias já tinham tendências antes mesmo de saberem sobre as mortes. Por exemplo, pessoas com depressão e esquizofrenia não tratadas são vulneráveis demais ao Efeito Werther.

 

Portanto, conversar sobre o assunto é importante para que seja possível diminuir o número de pessoas que são vulneráveis ao suicídio. Ou seja, para evitá-lo, é necessário falar sobre ele. Demonstrar que as pessoas não estão sozinhas é o primeiro passo para tratar as doenças.

 

 

Onde encontrar ajuda no Japão
SERVIÇOS GRATUITOS
SABJA – Serviço de Assistência aos Brasileiros
no Japão
www.nposabja.org
HICE – Fundação para Comunicação e
Intercâmbio Internacional de Hamamatsu
Telefone: 053-458-2310
Consulado-Geral do Brasil em Tokyo
Ichigo Gotanda Bldg. 2F Higashi Gotanda
1-13-12, Shinagawa-ku,
Tokyo, 141-0022
Consulado-Geral do Brasil em Hamamatsu
Motoshiro-cho Kyodo Bldg. 1F, Motoshiro-cho
115-10, Naka-ku
Hamamatsu, Shizuoka, 430-0946
Consulado-Geral do Brasil em Nagoia
460-0002 Aichi-ken, Nagoya-shi,
Naka-ku, Marunouchi
1-10-29 Shirakawa 8th Bldg. 2F
Centro de Ajuda Universal
Shizuoka-ken Hamamatsu-shi Naka-ku Chuo 3-9-3
Telefone: 053-413-1661

 

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