Um contato entre um cão doente e outro sem a vacina pode transmitir uma doença fatal

 

Fotos: Canva

 

 

Assim como os humanos, os cães precisam se alimentar bem, fazer atividade física, estar com as vacinas em dia, ser medicados contra pulgas e carrapatos e realizar check-up anualmente.

 

 

Algumas raças, como pug e buldogue, por exemplo, têm predisposição à síndrome braquicefálica, devido ao focinho mais achatado, mas existem doenças mais comuns entre os cachorros em geral, como otite, cinomose e até aquelas relacionadas aos cuidados com a boca do animal. Todas elas podem ser evitadas pelo tutor.

 

Abaixo, conheça essas enfermidades e saiba como preveni-las:

 

Otite

 

Se as orelhas do pet estão vermelhas, inflamadas, com secreção e cheiro ruim, talvez ele esteja com otite. A infecção no canal do ouvido dos cachorros é causada por ácaros, fungos ou bactérias.

 

“Um cão saudável pode se contaminar ao brincar com um cãozinho afetado. As otites também podem ser causadas por corpos estranhos — ou seja, por alguma sujeirinha ou inseto que tenha entrado no conduto auditivo —, por pólipos e até serem secundárias a alergias. Nos casos crônicos, as orelhas podem ficar grossas ou com aspecto de crosta. Por conta da inflamação, os canais auditivos se tornam mais estreitos”, explica Marcelo Quinzani, médico-veterinário e gerente do atendimento ao cliente da clínica Pet Care.

 

 

O especialista adverte que, em casos mais graves, os cachorros estão sujeitos a alterações neurológicas. Raças com orelhas longas, como o cocker spaniel, basset hound, golden retriever, dachshund, setter irlandês, pastor alemão e labrador, têm mais propensão a desenvolver otite.

 

“Uma boa higiene ajuda na prevenção, mas lembre-se de não usar cotonetes nem pinças durante a limpeza, para não machucar o seu melhor amigo e não empurrar a cera para dentro. Pegue um chumaço de algodão e, com o dedo indicador, limpe apenas a área externa. Vale a pena também colocar um pouco de algodão nos ouvidos antes do banho e de brincar na piscina, para evitar que entre água”, ensina Quinzani.

 

 

Doença do carrapato

 

A doença do carrapato — transmitida pela picada do carrapato marrom — se apresenta em duas formas: erlichiose e babesiose; a primeira, causada pela bactéria Erhliquia canis; e a segunda, pelo protozoário Babesia canis. Nos dois casos, os parasitas entram na corrente sanguínea e atacam as células de defesa do corpo.

 

 

“Na fase inicial, os cães podem ficar amuados, com febre, dor nas articulações, vômitos, diarreia, mucosas pálidas e manchas na pele, principalmente na região da orelha, da barriga e da gengiva”, diz Quinzani.

 

 

“Na fase crônica, o pet pode ter uma queda abrupta do número de plaquetas ou anemia, ficando sujeito a doenças secundárias e a ter órgãos vitais, como fígado, pulmões e rins, afetados. É importante saber que a porcentagem de animais contaminados é alta no Brasil. Se você já viu carrapatos no seu cachorro, leve-o para fazer um exame de sangue e saber se ele tem sorologia positiva”, completa.

Para evitar a doença, não tem muito segredo. É importante manter o antipulgas e o anticarrapatos em dia.

 

Cinomose

 

Se para os humanos as vacinas são fundamentais para prevenir algumas enfermidades, com os cachorros acontece o mesmo. A cinomose é uma doença viral grave, transmitida pelo contato entre um cão doente e outro sem a vacina. “Ela afeta vários órgãos, não tem cura e é frequentemente fatal. Se o cãozinho sobrevive, normalmente fica com sequelas”, alerta Quinzani.

 

 

Os principais sintomas são diarreia, vômito, secreção amarela nos olhos e nariz, tosse, pneumonia e, em casos graves, falta de coordenação motora, convulsões e paralisia. “A cinomose é mais comum em filhotes, que precisam tomar a vacina polivalente (V8 ou V10) e os reforços mensais até completar 4 meses de idade e, posteriormente, ser vacinados todos os anos. A vacina é 100% eficaz”, afirma o veterinário.

 

 

Doença do verme do coração (dirofilariose)

 

 

A dirofilariose, também conhecida como doença do verme do coração, é transmitida por um mosquito encontrado, principalmente, em áreas litorâneas do Atlântico, bem como em regiões de represas.

 

“O coração do animal fica infestado com vários vermes no seu interior, e eles podem chegar a até 18 cm. Ao picar um cachorro contaminado, o mosquito se contamina e, quando picar outro cachorro, injetará o parasita, que se desenvolverá até chegar ao coração. Normalmente, são necessários vários anos até que os cães apresentem os primeiros sintomas, como tosse seca, falta de ar, fraqueza, apatia e perda de resistência”, explica Quinzani.

 

 

Infelizmente, o único tratamento atual para a dirofilariose é uma cirurgia para retirar os vermes de dentro do coração. Por isso, a prevenção com o uso de medicamentos mensais ou injeção anual, além de coleiras repelentes, é obrigatória para animais que frequentam o litoral e outras áreas de risco.

 

 

Doença periodontal

 

A saúde bucal dos cachorros é fundamental e pode evitar doenças, como a periodontal, causada pelo acúmulo de placa bacteriana nos dentes. Por isso, os tutores têm a “missão” de escovar os dentes dos pets diariamente.

 

 

“Senão, a placa se mineraliza e vira tártaro. Daí em diante, podem surgir inflamações nas gengivas e o início da doença periodontal, que pode levar à perda de dentes e retração das gengivas e agravar doenças em órgãos vitais, como fígado, rins e coração. É preciso criar uma rotina de escovação todos os dias desde filhote. No início, pode ser um pouco difícil fazer seu pet se acostumar, mas não desista. Com o tempo, seu cãozinho vai aprender a gostar”, diz o especialista.

 

 

“Uma boca saudável não pode apresentar mau hálito, sujeira nem placa bacteriana. Os dentes devem ser brancos, e a gengiva, rosa. Dentes amarelados, com crostas, gengivas escuras, com sangramento, nódulos e aumento de volume são sinais de alerta. Se esse for o caso do seu pet, agende uma consulta com um odontologista veterinário”, complementa.

 

 

Assista a Record TV no Japão ao vivo