A infecção tem cura, mas se não for tratada, pode levar a problemas graves no cérebro e no coração

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: AdobeStock

 

 

Os casos de sífilis no Japão estão crescendo no ritmo mais acelerado das últimas décadas e, somente este ano, pode passar dos 10 mil casos. A infecção bacteriana é transmitida principalmente pelo contato sexual.

 

Segundo especialistas, os infectados pela doença podem ser assintomáticos ou apresentar sintomas que desaparecem rapidamente. A infecção tem cura, mas se não for tratada, pode levar a problemas graves no cérebro e no coração.

 

De acordo com reportagem publicada pela NHK, o Instituto Nacional de Doenças Infecciosas do Japão afirma que 7.013 casos foram reportados em todo o país entre janeiro e 7 de agosto. Trata-se de 1,7 vezes mais casos do que o reportado no mesmo período no ano passado.

 

Se a quantidade de casos continuar a aumentar no ritmo atual, o total de infectados este ano pode vir a exceder a marca de 10 mil pela primeira vez desde 1999, quando dados comparáveis começaram a ser divulgados.

 

Dos casos reportados até 3 de julho, 67% dos portadores da infecção eram homens.

 

O que é

 

É uma Infecção Sexualmente Transmissível (IST) curável e exclusiva do ser humano, causada pela bactéria Treponema pallidum. Pode apresentar várias manifestações clínicas e diferentes estágios (sífilis primária, secundária, latente e terciária). Nos estágios primário e secundário da infecção, a possibilidade de transmissão é maior.

 

Formas de transmissão

 

A sífilis pode ser transmitida por relação sexual sem camisinha com uma pessoa infectada, ou ser transmitida para a criança durante a gestação ou parto.

 

Sinais e sintomas

 

Sífilis primária

 

Ferida, geralmente única, no local de entrada da bactéria (pênis, vulva, vagina, colo uterino, ânus, boca, ou outros locais da pele), que aparece entre 10 e 90 dias após o contágio. Essa lesão é rica em bactérias e é chamada de “cancro duro”. Normalmente, ela não dói, não coça, não arde e não tem pus, podendo estar acompanhada de ínguas (caroços) na virilha. Essa ferida desaparece sozinha, independentemente de tratamento.

 

Sífilis secundária

 

Os sinais e sintomas aparecem entre seis semanas e seis meses do aparecimento e cicatrização da ferida inicial. Podem surgir manchas no corpo, que geralmente não coçam, incluindo palmas das mãos e plantas dos pés. Essas lesões são ricas em bactérias. Pode ocorrer febre, mal-estar, dor de cabeça, ínguas pelo corpo. As manchas desaparecem em algumas semanas, independentemente de tratamento, trazendo a falsa impressão de cura.

 

Sífilis latente – fase assintomática

 

Não aparecem sinais ou sintomas.

É dividida em: latente recente (até um ano de infecção) e latente tardia (mais de um ano de infecção).

A duração dessa fase é variável, podendo ser interrompida pelo surgimento de sinais e sintomas da forma secundária ou terciária.

 

Sífilis terciária

 

Pode surgir entre 1 e 40 anos após o início da infecção.

Costuma apresentar sinais e sintomas, principalmente lesões cutâneas, ósseas, cardiovasculares e neurológicas, podendo levar à morte.

 

Diagnóstico

 

O teste rápido (TR) de sífilis é prático e de fácil execução, com leitura do resultado em, no máximo, 30 minutos, sem a necessidade de estrutura laboratorial. 

 

Nos casos de TR positivos (reagentes), uma amostra de sangue deverá ser coletada e encaminhada para realização de um teste laboratorial (não treponêmico) para confirmação do diagnóstico.

 

Em caso de gestante, devido ao risco de transmissão ao feto, o tratamento deve ser iniciado com apenas um teste positivo (reagente), sem precisar aguardar o resultado do segundo teste.

 

Tratamento

 

O tratamento da sífilis é realizado com a penicilina benzatina. A dose deste antibiótico vai depender do estágio clínico da sífilis. A penicilina é o tratamento de escolha para sífilis, outros antibióticos devem ser avaliados para casos específicos de acordo com a avaliação criteriosa do profissional de saúde. Após o tratamento completo, é importante continuar o seguimento com coleta de testes não treponêmicos para ter certeza da cura. Todas as parcerias sexuais dos últimos 3 meses devem ser testadas e tratadas para quebrar a cadeia de transmissão. 

 

Prevenção

 

O uso correto e regular da camisinha feminina ou masculina é uma medida importante de prevenção da sífilis. O acompanhamento das gestantes e parcerias sexuais durante o pré-natal de qualidade contribui para o controle da sífilis congênita.

 

Importante destacar que a sífilis não confere imunidade permanente, ou seja, mesmo após o tratamento adequado, cada vez que entrar em contato com o agente etiológico (T. pallidum) a pessoa pode ter a doença novamente.

 

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