Objetivo é desenvolver novas pesquisas para tratamentos e vacinas; Japão ainda não tem casos suspeitos 

 

 

Texto: Bruno Bocchini/Agência Brasil 
Foto: ©Cynthia S. Goldsmith

 

 

Pesquisadores do Laboratório de Virologia do Instituto de Medicina Tropical da Universidade de São Paulo (IMT/USP) estão cultivando linhagens celulares do vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos, para distribuir amostras, com o vírus inativado, a laboratórios públicos e privados, e outros centros de estudos no país.

 

De acordo com a Faculdade de Medicina da USP, o objetivo é que, a partir das amostras do vírus inativado, sejam desenvolvidas novas pesquisas para tratamentos e vacinas. Também há o intuito de entender a evolução viral. Os laboratórios poderão ainda usar o material para expandir a quantidade de testes diagnósticos da doença – que hoje são limitados no país em razão da falta dos reagentes específicos da monkeypox.

 

O Ministério da Saúde do Brasil confirmou o oitavo caso registrado no Brasil do vírus monkeypox, causador da varíola dos macacos. O paciente é um homem, de 25 anos, morador de Maricá, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Ele não viajou para o exterior, mas teve contato com estrangeiros.

 

Dos oito casos confirmados no país até o momento, quatro foram registrados em São Paulo, dois no Rio Grande do Sul e dois no Rio de Janeiro. Há, ainda, seis casos em investigação.

 

Mundo

 

De 1 de janeiro a 15 de junho, o mundo atingiu a marca de 2.103 infectados pelo vírus, em um surto que ganha dimensões maiores a cada dia.

 

Os dados do monitoramento em tempo real são da iniciativa Global.health, de pesquisadores de universidades como Harvard e Oxford.

 

A doença já foi registrada em todos os continentes, exceto na Antártida. O Japão também não registrou, até o momento, nenhum caso suspeito da doença.

 

Em meio ao avanço da doença, classificado de “incomum e preocupante”, a OMS (Organização Mundial da Saúde) se reunirá amanhã, dia 23, para decidir se a varíola do macaco deve ser declarada uma ESPII (Emergência de Saúde Pública de Interesse Internacional), a exemplo do que aconteceu com a Covid-19, ebola e zika.

 

“Obviamente não queremos esperar até que a situação esteja fora de controle para declarar uma situação de preocupação internacional”, afirmou em entrevista coletiva o assistente do diretor-geral da OMS para emergências, Ibrahima Socé Fall.

 

Enquanto isso, pesquisadores de todo o mundo tentam entender como um vírus considerado de difícil transmissão entre humanos está se disseminando rapidamente.

 

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