Pessoas que perderam familiares em deslizamentos, por balas perdidas, ou mesmo acidentes de carro, sofrem com sintomas do Transtorno do Estresse Pós-Traumático.
Pesadelos, taquicardia, medo, tonturas, isolamento social. Esses são alguns dos sintomas do Transtorno do Estresse Pós-Traumático (TEPT). De acordo com pesquisadores, 11% da população dos grandes centros podem apresentar sinais do distúrbio, que se manifestam geralmente após a pessoa ter sido vítima de violência ou de outra situação traumática. O Repórter Record Investigação deste domingo (17/04) mostra o sofrimento de pessoas que enfrentaram grandes tragédias e como o trauma compromete a saúde física e mental destes indivíduos.
Os repórteres do programa entrevistam grandes especialistas no tema e vítimas do transtorno.
Sandra sempre viveu em uma comunidade carente do Rio de Janeiro onde confrontos entre traficantes e polícia são frequentes. Mas, hoje, ela não pode escutar barulho de helicóptero nem de tiro. Quando isso acontece, ela tem reações incontroláveis. A morte do filho Matheus deixou um trauma que se arrasta entre remédios há mais de um ano. “Tenho pressão alta, desenvolvi diabetes, sinto uma dor que nunca vai passar”, lamenta. Até hoje não se sabe de onde partiu o tiro fatal.
A família de Agda ainda está em estado de choque com a tragédia que ocorreu em 30 de janeiro, em Franco da Rocha, região da Grande São Paulo. Naquele dia, choveu mais da metade do esperado para o mês na cidade. Ela perdeu filho, neto e sobrinho. “Parecia o fim do mundo, a montanha desceu abaixo levando casas e carros. Foi terrível. Fiquei soterrada em cima do meu neto. Faz semanas que estou sem dormir, só pensando no que aconteceu”, desabafa a mulher. Ela e o marido, Manoel, falam das dores e dos transtornos que podem carregar por muito tempo.
Dirigir pode parecer uma ação simples para maioria das pessoas. Não para Renata. Há três anos, ela está em tratamento para ter autonomia ao volante. Renata sofreu um trauma com a morte da cunhada, que se envolveu em um acidente de trânsito. “No começo, ao tentar dirigir, eu sentia a boca seca, ficava tensa, paralisada, só vinha à minha cabeça pensamentos ruins”, relembra.