Câmera Record mostra cemitérios que viraram abrigo para usuários de drogas
O Câmera Record desta segunda-feira, 04/06, mostra reportagem exclusiva sobre cemitérios em São Paulo que viraram abrigo de moradores de rua, criminosos, garotas de programa e usuários de drogas.
Era para ser um lugar de paz e reflexão. Mas entre túmulos e covas, existe um mundo paralelo com códigos e regras próprias que serve de refúgio para pessoas que romperam com a realidade do outro lado dos muros.
Hoélica vive há 10 anos no cemitério Vila Nova Cachoeirinha, na zona norte da capital. O vício em cocaína empurrou a moça miúda, de 32 anos, para a terra dos mortos. “Eu e o meu marido, a gente dormia nessas gavetas aqui”, aponta para o túmulo aberto, onde, segundo ela, cabem seis pessoas, dormindo.
Os cemitérios têm regras próprias, afastados dos olhos da lei. As normas são semelhantes as dos morros e periferias. “A lei é não mexer em nada de ninguém aqui. Aqui não pode roubar, mas às vezes acontece. Têm usuários que não conseguem se controlar, né, mas aí nós pegamos eles”, revela o homem que prefere não mostrar o rosto. Ele saiu da cadeia faz pouco tempo.
André passa as noites vagando como um fantasma e fumando crack. Ele já teve uma vida normal. Abandonou emprego, mulher, dois filhos e foi viver entre os mortos. Tudo por causa do vício. “Pra mim é normal, já acostumei. Durmo nas gavetas por conta do frio, porque lá dentro é quente, muito quente. Só tenho medo dos escorpiões. Já fui picado duas vezes”, conta.
Dentro de uma cova, além de lixo, um osso que parece ser de um cadáver ali enterrado. É próximo de onde Luiza se prostitui. Ela garante que a procura por programas é grande. “Vem mecânico, advogado, até empresário, entendeu?”.
O Câmera Record é apresentado por Marcos Hummel e vai ao ar todas as segundas-feiras, à 0h30, na Record TV Japan.