Câmera Record mostra os casos de violência na disputa pelo poder político
A pior crise política da história do Brasil não sai das manchetes. Autoridades e empresários envolvidos em corrupção e lavagem de dinheiro são notícia todos os dias. O que pouca gente sabe é que existe um lado ainda mais sombrio da crise política: os assassinatos.
Durante dois meses, os repórteres do Câmera Record viajaram pelo país para investigar a violência na disputa pelo poder entre os políticos brasileiros.
Na Baixada Fluminense, segundo o Tribunal Superior Eleitoral, 16 candidatos e pré-candidatos foram executados no ano passado, meses antes das eleições para prefeito e vereador.
A maioria foi assassinada por milicianos ou traficantes, que tinham posições contrárias às ideias das vítimas, segundo o GAECO (Grupo Especial de Repressão ao Crime Organizado).
O casal Andreia Ornellas, 24 anos, e Denivaldo da Silva, de 41, levou 17 tiros de homens que trajavam uniformes iguais ao da Polícia Civil. O filho, que sobreviveu ao ataque, conta como reagiu ao ver os pais mortos no carro.
— Eu não sabia o que estava acontecendo, nada. Eu vi que meu pai estava ferido e a minha mãe. Foi um momento difícil.
Um outro caso, que chamou a atenção da polícia carioca pela violência, aconteceu no dia 2 de julho de 2016. Sérgio da Conceição, o Berém, era sócio de Denivaldo e também queria se candidatar a vereador. Berém foi metralhado na porta da casa dele. O promotor Fábio Corrêa fala sobre alguns detalhes do crime.
— Os homicidas vieram com luvas cirúrgicas, encapuzados o corpo inteiro de forma a dificultar ao máximo a identificação.
Desvio de dinheiro, fraude em licitação e assassinato. Segundo o Ministério Público de Alagoas, a então prefeita da cidade de Anadía, Sânia Tereza, no interior do Estado, teria encomendado a morte do vereador Luiz Ferreira após ele ter descoberto esquemas de corrupção na prefeitura.
O vereador seria decisivo na cassação da prefeita. O promotor Paulo Barbosa também conversa com a equipe do Câmera Record.
— A ganância pelo poder foi tão grande que ela chegou ao extremo de mandar tirar a vida de Luiz.
A mulher do vereador desabafa sobre a tragédia que aconteceu em sua família.
— Não tem limite a crueldade humana!
A equipe do Câmera Record entrevistou com exclusividade, na cadeia, um dos mandantes do crime. Alessander Leal, ex-marido da então prefeita, se diz vítima de adversários políticos.
— A disputa dessas cidades do interior, a prefeitura, são dois lados, é como dois times de futebol, duas torcidas organizadas. Eles fazem qualquer coisa.
Um complô para matar um político influente assustou uma pequena cidade do Rio Grande do Sul, que há quatro anos não havia registrado nenhum homicídio. Segundo a polícia, o vice-prefeito, Leandro Tanaka, e o então vereador, Volnei Vicente Deves, o Nêja, seriam os responsáveis por mandar matar Roque Unser. Unser foi morto numa emboscada quando voltava de uma visita a eleitores, na zona rural de São Martinho.
A viúva explica por que o marido incomodou outros políticos da cidade.
— Ele era um articulador político. Tinha muitos amigos, né? E São Martinho é um lugar onde já se perdeu e se ganhou eleição por causa de um voto.
A filha de Roque também conversa com a equipe do programa da Record TV.
— Eles fizeram, armaram todo um cenário realmente com a intenção de matar.
Tanaka e Nêja, acusados de serem os mandantes do crime, se defendem e aceitam gravar uma entrevista exclusiva aos nossos repórteres.
O Câmera Record vai ao ar nesta segunda-feira (24), a partir das 21h, logo depois do Domingo Espetacular. Não perca!