Dezenas de embarcações que trafegavam pela região foram alvo de rebeldes houthis, do Iêmen, nas últimas semanas

 

Foto: Divulgação Nasa

 

A viagem do secretário de Defesa dos Estados Unidos, Llyod Austin, ao Oriente Médio abordou as preocupações internacionais com a escalada das tensões no mar Vermelho. Nas últimas semanas, rebeldes houthis, do Iêmen, intensificaram ataques a navios mercantes que passavam pelo estreito de Bab el-Mandeb.

 


A maioria dessas embarcações ia ou vinha do canal de Suez, um corredor por onde passa entre 10% e 15% de todo o comércio do mundo.

 

 

“O secretário Austin ressaltou que os ataques já tinham impacto na economia global e continuariam a ameaçar o transporte marítimo comercial se a comunidade internacional não se reunisse para resolver a questão coletivamente”, disse o porta-voz do Pentágono, major-general Pat Ryder, nesta terça-feira (19).

 

 

Por causa do risco para os navios, grandes armadores anunciaram recentemente a suspensão das rotas no mar Vermelho.

 

 

“As companhias marítimas internacionais têm de redirecionar [as embarcações] para o Cabo da Boa Esperança, acrescentando semanas à entrega de bens e materiais essenciais, incluindo petróleo e gás”, acrescentou o Pentágono.

 

 

Os ataques dos houthis — grupo pró-Irã que governa parte do Iêmen, incluindo a capital, Sanaã — têm como principal alvo Israel, país que entrou em guerra contra o grupo terrorista Hamas, após os ataques de 7 de outubro. Os dois pregam o fim do estado judeu.

 


Galaxy Leader

 


O ato mais significativo foi o sequestro do transportador de veículos Galaxy Leader, em 19 de novembro, durante uma viagem entre Turquia e Índia. A embarcação é de propriedade da Ray Shipping, da qual um dos donos é o empresário israelense Abraham Ungar.

 

 

O Galaxy Leader foi levado para o porto de Hodeida, no Iêmen, onde permanece ancorado. Os 25 tripulantes — oriundos da Bulgária, da Ucrânia, das Filipinas, do México e da Romênia — continuam reféns; foi permitido a eles apenas “contato modesto” com a família, informou no começo do mês a empresa proprietária do navio.

 


O governo americano classificou o caso de “pirataria” e disse que considera redesignar o Houthi como organização terrorista — apenas Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Iêmen adotam essa classificação para o grupo atualmente.

 


A maioria das embarcações alvejadas, todavia, não tem nenhuma ligação com Israel.

 


Nesta segunda-feira (18), o navio-tanque M/V Swan Atlantic, de bandeira norueguesa, sofreu “danos limitados” após ter sido atingido por múltiplos mísseis lançados pelos houthis. Um cargueiro da MSC também foi atacado.

 

Autoridades dos EUA calculam que em torno de 20 embarcações foram danificadas pelos rebeldes nas últimas semanas.

 


Diante desse cenário, Austin anunciou ontem a criação de uma força-tarefa que envolve diversos países a fim de garantir a segurança à navegação no mar Vermelho.