Ron Scherman, de 19 anos, que sofria de asma severa, foi encontrado morto nesta sexta-feira (15)

 


Foto: Reprodução C5N – 07/10/2023 / Instagram: @teewestfield

 


“Eu te amo. Eles estão vindo. Acabou.” Essas foram as últimas palavras escritas por Ron Scherman, de 19 anos, a sua mãe, Ma’ayan Scherman, de 51 anos, antes de ser sequestrado por terroristas do Hamas, no ataque de 7 de outubro. Ele foi encontrado morto nesta sexta-feira (15). A causa da morte ainda é desconhecida.

 


Na quinta-feira (14), antes de a morte de Ron vir à tona, Ma’ayan desabafou ao R7 sobre a angústia de não saber se o filho, que sofria de asma severa, estaria vivo ou morto. Ela encontrou o inalador no quarto do jovem, na casa deles, em Lehavin, no sul de Israel, próximo à Faixa de Gaza.

 

 

Ma’ayan afirmou à reportagem que estava “muito preocupada”, pois não sabia se os terroristas estavam oferecendo a Ron sua medicação. Ela temia que ele pudesse morrer a qualquer momento, o que de fato veio a acontecer. O jovem ficou 69 dias no cativeiro até ser achado sem vida.

 


Durante o ataque de 7 de outubro, Ron se abrigou em um bunker. De lá, avisou a mãe que estava em meio a um ataque com mísseis pesados, algo que parecia “diferente do usual”.

 

 

Ron disse que havia terroristas por perto, mas May’an não acreditou. Segundo ela, os veículos de comunicação ainda não falavam sobre a ofensiva nos noticiários. Àquela altura, a teoria levantada pelo filho parecia improvável.

 

 

“Eu disse a ele: ‘Acalme-se! Não há terroristas em Israel. Você não sabe do que está falando.’ Ele retrucou: ‘Mãe, há terroristas, e eles estão por perto. Não sei o que fazer’. Depois de um tempo, Ron disse que estava ouvindo vozes em árabe e enviou a última mensagem em que dizia que os terroristas estavam chegando. Eles conversaram por cerca de 40 minutos antes de o jovem ser sequestrado e levado à força para Gaza.

 

 

Horas depois do último contato com o filho, Ma’ayan recebeu de amigos um vídeo no Telegram em que Ron aparecia rodeado de homens armados e caminhando em direção a Gaza. Apesar da confirmação de que o filho não era uma dos mortos no ataque — e sim um refém —, as imagens não lhe trouxeram conforto.

Desde 7 de outubro, os dias de Ma’ayan foram muito difíceis. Ela afirma que entidades internacionais, como a Cruz Vermelha, acabaram não ajudando.

 

 

O Estado de Israel também já fez críticas à organização, que, embora tenha desempenhado um papel importante na libertação de reféns durante a trégua, não teria feito mais do que isso.

 


Em resposta, a organização humanitária diz que “não pode forçar a entrada nos locais onde os reféns estão mantidos” e nem sequer sabe a localização deles.

 


Para atravessar esse período em que seu filho esteve ausente, Ma’ayan contou com o apoio de amigos e de membros da comunidade onde vive.

 


“Entrei no chamado ‘modo automático’. Você não pensa. Você só… continua vivendo” diz.

 

 

Até o momento, o Hamas libertou pouco mais de cem reféns, que foram soltos em grupos durante uma trégua que durou uma semana, entre 24 de novembro e 1º de dezembro.

 

 

Em troca, Israel libertou centenas de palestinos que estavam detidos em prisões israelenses. Autoridades do país estimam que 135 pessoas, entre israelenses e estrangeiros, ainda estejam em cativeiros em Gaza.