Sintomas vão desde falta de ar a confusão mental e coma; trio de argentinos morreu enquanto escalava montanha no Chile

 

 


Foto: Arquivo Pessoal

 


Dor de cabeça, náusea, falta de ar, confusão mental e até coma. Esses são alguns dos sintomas que o corpo humano apresenta quando é exposto ao frio extremo e a altitudes elevadas, condição que os argentinos que morreram enquanto escalavam a montanha Marmolejo enfrentaram, na cordilheira dos Andes.

 

 

Nesta quarta-feira (6), as autoridades ainda trabalhavam para resgatar os corpos das vítimas e apurar a causa das mortes.

 


A montanha Marmolejo, que fica no Chile, tem 6.108 metros de altura, e a sensação térmica pode chegar a -30°C. Sua escalada exige um intenso preparo, de até um ano, conforme explica o chefe da patrulha policial do Aconcágua, Marcos Páez, ao jornal argentino Clarín.

 

 

Hipotermia

 


No frio extremo, um dos principais riscos ao corpo humano é o de hipotermia, que é quando o organismo perde mais calor do que consegue produzir, segundo o Manual MSD.

 


A princípio, os sintomas são leves, como dores de cabeça e calafrios. Mas podem se agravar, levando à confusão mental, à redução do estado de consciência e à diminuição do ritmo cardíaco, até sua parada completa.

 


Como os sintomas evoluem de maneira gradual, o perigo é que é possível que as pessoas afetadas não percebam o que está acontecendo.

 


O risco é ainda maior quando a pessoa permanece imóvel num ambiente frio, seja por conta de um desmaio, seja de um acidente vascular cerebral, por exemplo.

 


Informações preliminares mostram que os argentinos podem ter sofrido uma queda durante a escalada.

 


Para evitar a hipotermia, é aconselhado usar múltiplas camadas de roupas, manter-se em ambientes aquecidos, ingerir alimentos e bebidas quentes e até se exercitar regularmente.

 


Caso seja constatada a condição, o tratamento para a hipotermia envolve aquecer o corpo de fora para dentro, com roupas secas e quentes; e de dentro para fora, aquecendo o ar para respirar e ingerindo líquidos quentes.

 


Doença da altitude

 


Outro fator de risco durante uma escalada é a altitude elevada, pois impacta diretamente a capacidade pulmonar do corpo humano.

 


A absorção de oxigênio diminui à medida que a pressão atmosférica aumenta. Na altitude do nível do mar, o pulmão de uma pessoa saudável funciona 100%. Já no topo da montanha do Aconcágua, por exemplo, que ultrapassa 6.900 metros de altitude, essa capacidade cai para 37%.

 


Segundo o Manual MSD, “a doença da altitude ocorre por falta de oxigênio em grandes altitudes. Os sintomas incluem dor de cabeça, cansaço, náusea ou perda de apetite, irritabilidade e, em casos mais sérios, falta de ar, confusão e até mesmo coma”.

 


A recomendação para evitar a doença é subir de altitude lentamente, de forma que o organismo consiga se aclimatar. Essa capacidade de adaptação muda de pessoa para pessoa. É essencial que a velocidade seja controlada em qualquer atividade acima de 2.500 metros de altura.

 

 

Já o tratamento para a doença da altitude envolve desde a interrupção da subida até o retorno a altitudes menos elevadas, com a possível aplicação de medicamentos em ambos os casos.

 


A acetazolamida, por exemplo, pode reduzir a probabilidade de mal-estar e diminuir seus sintomas após ela ter se manifestado.