Relatórios enviados ao Congresso reiteram papel do regime dos aiatolás no financiamento de grupos como Hamas e Hezbollah
Foto: Canva
Os Relatórios sobre Terrorismo 2022, publicados pelo Departamento de Estado dos EUA na quinta-feira (30), afirmam que “o Irã continuou a ser o principal patrocinador estatal do terrorismo, facilitando uma ampla gama de atividades terroristas e ilícitas em todo o mundo”.
“Em 2022, o Irã incentivou e planejou cada vez mais ataques contra os Estados Unidos, incluindo contra ex-funcionários dos EUA, em retaliação pela morte do comandante da Força Quds da Guarda Revolucionária (IRGC-QF, na sigla em inglês), Qassem Soleimani”, acrescenta o documento.
Os relatórios, que são enviados anualmente ao Congresso americano, ressaltam o papel do Irã no financiamento de grupos terroristas que atuam no Oriente Médio.
“Regionalmente, o Irã apoiou atos de terrorismo no Bahrein, Iraque, Líbano, Síria e Iêmen por meio de procuradores e grupos parceiros, como Hezbollah e Brigadas Al-Ashtar. Globalmente, o IRGC-QF e o Ministério da Inteligência e Segurança permaneceram como os principais agentes do Irã envolvidos no apoio a recrutamento, financiamento e planejamento de atividades terroristas em toda a África, Ásia, Europa, América do Norte e América do Sul”, garante o Departamento de Estado.
O governo americano atribui ao Irã o fornecimento de armas e outros apoios ao Hamas e a outros grupos terroristas palestinos, como a Jihad Islâmica e a Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral.
“Esses grupos estiveram por trás de inúmeros ataques mortais originados em Gaza e na Cisjordânia”, afirma.
A Guarda Revolucionária Islâmica do Irã é um exército paralelo, com cerca de 125 mil membros, mantido pelo regime dos aiatolás, cujo objetivo é espalhar os ideais iranianos para outros países da região. Ela é classificada pelos EUA como uma organização terrorista, assim como a sua Força Quds.
Segundo o relatório, a Guarda Revolucionária “é o principal mecanismo do Irã para cultivar e apoiar grupos terroristas no exterior”.
“O Irã fornece até US$100 milhões [R$ 495 milhões, na cotação atual] anualmente em apoio combinado a grupos terroristas palestinos, incluindo Hamas, Jihad Islâmico Palestino e a Frente Popular para a Libertação da Palestina-Comando Geral. A IRGC também atua na Síria em apoio ao regime de Assad.”
O financiamento da Guarda Revolucionária, de acordo com os EUA, é baseado em uma série de atividades ilícitas, incluindo, “uma rede internacional de contrabando de petróleo e lavagem de dinheiro”, que “facilitou a venda de centenas de milhões de dólares em petróleo para o IRGC-QF e o Hezbollah, abrangendo várias jurisdições, incluindo Irã e Rússia”.