Governo israelense diz que terroristas estão fazendo ‘propaganda psicológica cruel’ ao usar imagens de mulheres sequestradas
Foto: Reprodução Twitter @N12News
Um vídeo divulgado nesta segunda-feira (30) pelo grupo terrorista Hamas no Telegram mostra três reféns israelenses. Uma delas lamenta o fato de elas não terem sido resgatadas ainda, após 23 dias no cárcere, na Faixa de Gaza.
As falas, em hebraico, são direcionadas ao primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu. Uma das mulheres lembra uma promessa feita pelo premiê.
“Ontem, houve uma conferência de imprensa das famílias dos prisioneiros, e sabemos que deveria ter havido um cessar-fogo, e você deveria nos libertar. Você prometeu nos libertar. No entanto, estamos sofrendo com o seu fracasso político, de segurança e militar, devido à ‘falha’ que você causou em 7 de outubro, porque não havia soldados no local, ninguém veio até nós, ninguém defendeu aqui”, diz.
Ela continua: “Somos cidadãos inocentes e ingênuos, cidadãos que pagam impostos para o estado de Israel. Agora, estamos detidos. Você está nos matando. Você quer matar a todos. Você quer que o Exército nos mate. Não é suficiente que você tenha matado todos. Não é suficiente haver cidadãos israelenses mortos. Liberte-nos agora. Liberte seus cidadãos e seus prisioneiros agora [referindo-se aos palestinos]. Liberte-nos. Liberte a todos. Merecemos voltar para nossas famílias. Agora, agora, agora [grita em voz alta].”
O gabinete de Netanyahu emitiu uma declaração sobre o vídeo na qual o classifica como uma propaganda psicológica cruel por parte do Hamas-Isis”. O governo israelense tem chamado o grupo assim em referência a outro grupo terrorista, o Isis (Estado Islâmico), conhecido pela crueldade com suas vítimas.
“Estamos apoiando as famílias. Faremos tudo para trazer de volta todas as pessoas sequestradas e desaparecidas para casa”, acrescenta o comunicado.
Não está claro onde as reféns estão nem houve detalhes sobre as condições em que estão sendo
mantidas.
A organização terrorista libertou até agora quatro reféns: mãe e filha de origem americana e duas idosas israelenses.
Uma das reféns revelou que precisou andar por quilômetros em túneis subterrâneos até chegar ao local do cativeiro, onde ficou com mais 25 pessoas.
No sábado (28), um dos líderes do Hamas afirmou que a organização terrorista estaria disposta a trocar os 239 reféns por todos os 10 mil prisioneiros palestinos em Israel.