O material avaliou mais de mil links; a mostra varia desde o tratamento mais ‘inocente’ até a tortura mais violenta
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Uma pesquisa feita por mais de mais 20 organizações da causa animal resultou em um relatório sobre as torturas e abusos praticados contra macacos por criadores de conteúdo na web. O objetivo do estudo, intitulado “A crueldade que você não vê: o sofrimento de macacos domésticos por conteúdo de mídia social”, é mostrar como esses bichos são desrespeitados e até sofrem abusos para que pessoas consigam curtidas (ou likes).
Segundo o levantamento, publicado pela World Animal Protection (Proteção Animal Mundial), entre setembro de 2021 e março de 2023, 1.226 links de conteúdos de redes sociais, em que os macacos são mantidos como animais domésticos, foram registrados pela Coalizão de Crueldade Animal nas Mídias Sociais (SMACC), organização criada por integrantes da entidade Coalizão Ásia para os Animais.
Todo esse material, que gerou mais de 12 bilhões de visualizações, integra vídeos que variam desde o tratamento mais “inocente” até a tortura mais violenta desses bichos.
Segundo os dados levantados, 13% do conteúdo mostra tortura psicológica, pela qual os macacos foram intencionalmente obrigados a sentir medo e angústia em resposta a sustos, provocações e privação de alimentos; 12% equivale aos que foram torturados fisicamente, incluindo os que foram espancados, queimados vivos e os que tiveram membros amputados; e 60% são dos links com abusos físicos.
Danos físicos e psicológicos duradouros
Os especialistas mostraram que os vídeos virais de macacos escondem problemas sérios, já que causam danos físicos e psicológicos duradouros. Eles exemplificaram o fato com gravações em que os bichos estão usando roupas ou fraldas ou realizando atividades humanas.
“Infelizmente, macacos mantidos como pets estão sofrendo porque não é da natureza deles serem domesticados, como cães e gatos. São animais silvestres, e as necessidades deles não podem ser atendidas em um ambiente para humanos”, explicou o chefe global de pesquisa com vida silvestre, Neil D’Cruze, da Proteção Animal Mundial.
A instituição que promoveu o estudo pediu, por fim, que os espectadores não curtam, não compartilhem nem comentem essas publicações, para não gerar engajamento e, assim, não popularizar o conteúdo.