Hugo Palmer, de 20 anos, economizou durante meses para ir à Austrália, mas desapareceu três meses após o início da viagem
Foto: Reprodução Redes Sociais
Quando Tania MacNabb deu um abraço de despedida no filho, Hugo Palmer, de 20 anos, há quatro anos, ela não tinha ideia, mas aquele seria o último abraço que eles compartilhariam. Hugo vinha economizando há meses para embarcar na aventura de sua vida na Austrália, com quatro de seus amigos. Mas o que era para ser um sonho se tornou um pesadelo, e uma eterna incógnita para a família.
Hugo e seu melhor amigo, Erwan Ferrieux, desapareceram três meses após o início da viagem e nunca mais voltaram. Os pertences deles foram encontrados em uma praia no estado de Nova Gales do Sul, o que levou a polícia a acreditar que eles se afogaram e depois foram arrastados para debaixo d’água pelas correntezas — bem conhecidas pelos habitantes locais, mas não pelos turistas.
O corpo de Hugo nunca foi encontrado, e Tânia e a família só conseguiram realizar um funeral com um único osso recuperado, que foi descoberto após ter sido roído por um tubarão. O mistério ficou ainda maior quando os policiais confirmaram que o jovem estava morto antes que seu corpo fosse provavelmente comido por um tubarão, deixando a família com poucas pistas sobre a causa da morte.
“Ele estava tão animado para que sua vida começasse, ele queria ir e ter essa grande aventura — e tudo foi arrancado dele”, desabafou Tania, em entrevista ao tabloide britânico The Sun.
“No último telefonema que tive com ele, dei-lhe um sermão sobre como dirigir com segurança — gostaria de ter avisado-o sobre isso”, acrescentou ela.
Tania usou a entrevista ao The Sun para alertar jovens e adolescentes que pensam em embarcar em aventuras e os orientou a se cercar de cuidados. Ela afirma que a praia onde Hugo morreu atraía turistas sem avisá-los adequadamente dos perigos. No local, as correntes podem fluir a até 8 km/h, mais rápido que um nadador olímpico, arrastando até os nadadores mais experientes para longe da costa e deixando-os exaustos.
Buscas
Moradores locais encontraram os pertences de Hugo e Erwan sobre uma toalha de praia apenas na manhã seguinte ao desaparecimento deles — e foi só então que um sistema de alarmes acionado para pessoas desaparecidas foi acionado. Assim que receberam a notícia, Tania e o pai de Hugo, que não teve o nome revelado, embarcaram em um voo para a Austrália.
Tania relembrou: “Voamos direto para a Austrália e, quando chegamos lá, muitos moradores locais nos disseram que estavam sempre atraindo turistas do mar para lá. Era como uma cena de Tubarão — todo mundo estava curtindo a praia, mas havia um grande segredo que eles estavam escondendo sobre a água”.
“Os moradores locais nos disseram que é notoriamente perigoso, mas além de uma nota na entrada junto com as regras da praia, não há nada que destaque o perigo”, acrescentou ela.
Após uma semana, as buscas por Hugo e Erwan foram encerradas, e Tania foi forçada a voltar para casa sem o filho, o que ela descreve como “a coisa mais difícil” que ela teve que fazer. Ela garante que, se morasse perto, “estaria lutando com unhas e dentes por mais avisos na praia em nome de Hugo”. “Mas é difícil fazer isso do outro lado do mundo”, lamenta.
Dois anos depois do desaparecimento dos jovens, restos humanos foram descobertos no mar por pescadores submarinos, que mais tarde foram identificados como o fêmur de Hugo. As equipes confirmaram que houve uma mordida carnívora no osso da coxa do jovem, provavelmente infligida por um tubarão, embora não se acredite que ele estivesse vivo quando isso aconteceu. Os ossos de Erwan foram encontrados no extremo sul da praia de Flynn, alguns quilômetros ao longo da costa de onde eles desapareceram.