Pietro de Souza estudou a vida toda em escola pública e viaja para a Califórnia em agosto

 

 

Fotos: Arquivo Pessoal

 

Formado na Escola Técnica Estadual Fernando Prestes, de Sorocaba, Pietro de Souza, 18 anos, ganhou uma bolsa de 95% no curso de ciências da computação da Minerva University, em São Francisco, na Califórnia — considerada a mais inovadora do mundo. Dos cerca de 20 mil inscritos anuais, apenas 2% são aprovados.

 

Como parte do programa de estudos, após um ano nos Estados Unidos, o jovemduo seguirá sua formação por universidades na Alemanha, na Argentina, na Inglaterra, na Índia, na Coreia do Sul e em Taiwan.

 

Pietro deve estar em São Francisco no dia 21 de agosto, mas, até lá, precisa levantar um pouco mais de R$ 37 mil para pagar a parte da anuidade não coberta pela bolsa, a passagem aérea e os custos com o visto. Até agora, ele tem R$ 9.220, que juntou com uma vaquinha virtual.

 

“Percebi como as oportunidades acadêmicas são desiguais no Brasil e acredito que a tecnologia tem o poder para mudar esse cenário e expandir o acesso à educação de excelência para mais pessoas, independentemente da condição financeira”, diz.

 

Ele estudou a vida toda em escolas públicas e será o primeiro de sua família a ingressar no ensino superior. Começou a aprender inglês sozinho, aos 7 anos, e, quando chegou ao ensino fundamental, saía da escola e continuava estudando por conta própria em casa.

 

Tornou-se fluente no idioma vendo vídeos no YouTube, utilizando aplicativos como o Duolingo e procurando conteúdo e cursos online.

Quando estava no segundo ano, participou da competição internacional Rise for the World, toda em inglês, na qual apresentou o plano de uma nova metodologia de ensino e aprendizagem: entre 50 mil candidatos do mundo todo, ficou no 1% selecionado para participar das finais da competição naquele ano.

 

Mesmo antes de se formar, Pietro também foi professor voluntário de, entre outros, uma aluna de inglês em um projeto social em 2021. Enquanto isso, ele se preparava para os processos seletivos das universidades do exterior e tinha aulas todos os domingos, às 7h, sobre o processo de candidatura.

 

O jovem se submeteu a provas de matemática, leitura e escrita de língua inglesa, raciocínio lógico, criatividade e expressão, além de redação.

Agora, enquanto arrecada a grana que falta para a viagem, ele ajuda cinco estudantes da sua escola a se preparar para a redação do Enem.

“Espero mostrar para jovens de Etecs e de outras escolas públicas que é possível realizar graduação no exterior mesmo vindo, como eu, de um contexto de baixa renda.”

 

 

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