Yoon Suk-yeol nega alegações de que EUA espionaram funcionários sul-coreanos e afirma que Washington está ao seu lado

 

Texto: Maria Cunha, do R7
foto: ©Gabinete do Primeiro-ministro do Japão

 

 

Coreia do Sul classificou como falsos os documentos vazados que supostamente detalham os esforços do país em relação à guerra da Ucrânia.

 

Os arquivos secretos de inteligência continham alegações de que os Estados Unidos teriam espionado o governo sul-coreano, bem como outros aliados.

 

O gabinete do presidente Yoon Suk-yeol, no entanto, disse que a ideia de que espiões americanos monitoraram altos funcionários em Seul era “uma falsa suspeita absurda”.

 

O líder sul-coreano disse que o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, já concordou com seu colega Lee Jong-Sup sobre a ideia de que “um número significativo de documentos em questão foi fabricado”.

 

O vice-conselheiro de segurança nacional da Coreia do Sul, Kim Tae-hyo, acrescentou: “Os dois países têm a mesma avaliação de que muitas das informações divulgadas foram alteradas”.

 

O Ministério da Defesa da Grã-Bretanha, porém, parecia apoiar as declarações de Seul e disse que os vazamentos “demonstraram um sério nível de imprecisão”.

 

“Os leitores devem ser cautelosos ao aceitar alegações que têm o potencial de espalhar desinformação”, disse um porta-voz do governo britânico.

 

Alguns arquivos supostamente mostram preocupação entre os principais funcionários da segurança nacional sul-coreana de que as armas fabricadas pelo país possam ser usadas na Ucrânia.

 

Apesar da pressão dos EUA, a Coreia do Sul está entre os maiores exportadores de armas do mundo, mas não aprovou a venda nem a doação de armas para as forças armadas de Kiev.

 

Um memorando interceptado descrevia como dois conselheiros presidenciais discutiram a forma de lidar com a pressão americana para ajudar a armar os militares ucranianos.

 

De acordo com um assessor, os projéteis poderiam ser enviados à Polônia para evitar que parecesse que os sul-coreanos os tivessem cedido aos EUA ou que tivessem violado a política de longa data do país.

 

Publicamente, as autoridades da Coreia do Sul apontaram para as leis domésticas que as proíbem de enviar armas diretamente a zonas de guerra.

 

Além de incluir detalhes sobre armas e treinamento para a Ucrânia, os documentos também abordam informações sobre a China, o Oriente Médio e a África, bem como o relacionamento dos Estados Unidos com Israel.

 

Investigadores do Departamento de Justiça abriram uma investigação criminal sobre a possível identidade do vazador e se recusaram a descartar que a Rússia esteja por trás da embaraçosa violação de segurança. Apesar disso, acredita-se que uma fonte dos EUA tenha ajudado a publicar os documentos online.

 

Esse é o vazamento de inteligência mais significativo desde o caso WikiLeaks em 2013, quando mais de 700 mil documentos, vídeos e telegramas diplomáticos apareceram na autodenominada plataforma de transparência.

 

Embora a resposta do público seja nova, dezenas de fotografias de documentos circulam em redes sociais e aplicativos de mensagens, o que inclui Twitter, Telegram e Discord há várias semanas.

 

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