Informação foi dada por John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, em entrevista à imprensa americana
Do R7
Os Estados Unidos “não têm indícios” de que a Rússia tenha transferido armas nucleares para Belarus, ou mesmo que o presidente russo, Vladimir Putin, esteja se preparando para usar tais dispositivos na Ucrânia, disse um alto funcionário dos Estados Unidos neste domingo (26).
“Não temos indícios de que ele cumpriu seu compromisso ou que as armas nucleares foram transferidas”, disse John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, à CBS, quando questionado sobre o anúncio do presidente russo de que Moscou enviaria armas nucleares táticas para o nação aliada.
No sábado, Vladimir Putin afirmou que pretende posicionar armas nucleares “táticas” no território de Belarus, um país aliado que fica às portas da União Europeia. Na realidade, há um ano, as autoridades russas multiplicam as ameaças veladas de usar armas nucleares se o conflito com a Ucrânia se agravar.
De acordo com o presidente russo, os armamentos serão instalados até o início de julho. Esta será a primeira vez, desde a década de 1990, que a Rússia posiciona armas desse tipo fora das fronteiras do país.
“Aqui não há nada inédito: os Estados Unidos fazem isso há décadas. Eles têm suas armas nucleares táticas posicionadas há muito tempo em território de seus aliados”, declarou Putin, em uma entrevista difundida pela televisão russa. “Nós decidimos fazer o mesmo”, acrescentou, afirmando que contava com o aval do governo bielorrusso.
Hoje também a Ucrânia pediu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU para encerrar o que chama de “chantagem nuclear” da Rússia.
“A Ucrânia espera do Reino Unido, China, Estados Unidos e França ações efetivas para neutralizar a chantagem nuclear do Kremlin”, que é o quinto membro permanente do Conselho de Segurança, disse o Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia em nota.
“Pedimos que uma reunião extraordinária do Conselho de Segurança da ONU seja convocada imediatamente para esse fim”, acrescentou o ministério, que também instou o G7 e a UE a pressionar Belarus com “consequências importantes” se aceitar o destacamento russo.
“A retórica nuclear da Rússia é perigosa e irresponsável”, estimou a Otan neste domingo. “A Otan permanece vigilante e está monitorando a situação de perto”, disse a porta-voz da Aliança Atlântica, Oana Lungescu. No momento, “não notamos nenhuma mudança no dispositivo nuclear da Rússia que nos levasse a ajustar o nosso”, acrescentou.