Cuidados com a higiene podem ser semanais, mas responsável deve ficar atento à saúde e às condições clínicas de cada animal

 

 

Texto: Marcela Virgulino/R7
Foto: AdobeStock

 

 

Com que frequência posso dar banho no meu pet? A resposta não é tão simples, vai depender da saúde e das técnicas de lavagem, que serão usadas no animal. O R7 ouviu especialistas que dão dicas de como dar banho corretamente nos amigos de estimação sem causar nenhum dano ao pelo ou pele dos bichinhos.

 

Qual a frequência dos banhos?

 

A veterinária Marina Bonfim destaca que cada animal é único e as condições de saúde são variadas. “Se o pet não tiver nenhuma doença ou alergia, a frequência de banho pode ser semanal com um intervalo de sete dias sem causar nenhum prejuízo para a barreira de proteção da pele.”

 

Contudo, para os pets que sofrem com alguma comorbidade os tutores devem ficar atentos quanto a rotina e cuidados de banhos, neste caso a atenção deve ser redobrada para evitar novos problemas. “A frequência do banho varia conforme as condições de saúde, o que significa que o profissional responsável pode espaçar mais os banhos ou, até mesmo, aumentar o número de vezes durante a semana,” explica Marina.

 

E para os filhotes?

 

Assim como os bebês, os filhotes exigem atenção e cuidados especiais. “Como ultimamente o desmame tem ocorrido cedo, com os bichinhos indo para casa dos responsáveis com 30 ou 60 dias, a indicação é que a partir do momento que o filhote chegue no novo ambiente, pode começar a dar banho, mas com produtos adequados”, esclarece a veterinária. 

 

O tosador Renato Leiva, especialista em tosa e cuidados para animais, orienta que “o ideal para levar filhote para banho e tosa em um estabelecimento é que o pet complete o ciclo de vacinação, em torno de 90 dias, antes disso, o mais recomendado é dar banho em casa”. 

 

Quente ou frio, qual a temperatura ideal do banho?

 

Nos dias frios, posso dar banho com água mais quentinha? Marina alerta: “sempre de morna para fria, tanto para o secador como para a água”, explica. “Temperatura alta favorece a fervura da pele, principalmente a pele sensível ou sensibilizada por algum problema.”

 

“Esse processo pode desencadear coceira e desidratação da pele e por essa razão indicamos banho morno ou frio e o secador a uma distância de 20 cm”, completa Marina.

 

O banho deve ser uma rotina em qualquer estação do ano, a frequência deve ser a mesma tanto no verão como no inverno.

 

“Qual é a indicação para o banho no inverno? Usar água morna, utilizar um secador ou soprador que faça a secagem rápida para evita que esse pet tome friagem com os pelos muito úmidos e nunca manter a roupinha por muito tempo. O ideal é retirar para não embolar os pelos e evitar proliferação de fungos”, completa Marina.

 

Qual produtos usar nos pets?

 

Além do cuidado com a temperatura da água e do secador, os responsáveis devem ficar atentos aos produtos a serem utilizados. Para Marina, “toda indicação depende da raça e se o animal apresenta algum problema de pele específico, se for saudável pode usar qualquer um dos produtos disponíveis no mercado para fins estéticos como aqueles direcionados para a raça ou a cor do pelo.”

 

Ela destaca que, de maneira geral, xampu e condicionador são sempre indicados para a higiene do animal. “Geralmente, melhor usar produtos neutros ou que tenham uma base mais delicada, principalmente para lavar as dobrinhas dos animais com o focinho curto.” 

 

O PH da pele dos animais difere do humano, por essa razão, mesmo os produtos infantis devem ser evitados na hora do banho dos bichinhos.

 

Como proteger as orelhas na hora do banho?

 

Na hora do banho, a recomendação é sempre proteger os ouvidos, melhor usar as mãos para proteger as orelhas quando lavar a cabeça do pet. “Outro problema é colocar algodão porque os cães que se mexem muito e tiram a proteção, mas há também situações que os responsáveis esquecem de retirar o algodão, o que pode provocar uma infecção.” 

 

O tosador Renato Leiva acrescenta: “é preciso fazer, depois do banho, a limpeza com um produto específico para as orelhas, para não deixar úmido e retirar a sujeira de maneira mais eficaz, aí, sim, podendo usar do algodão para limpar a região.”

 

“A água não promove otite, então não precisa se preocupar significativamente se a água cair no ouvido, o tutor tem que promover uma secagem adequada permitindo que o pet se balance, porque esse movimento já faz a expulsão da água”, orienta a médica veterinária. 

 

E o banho para os gatos?

 

Escovar os pets pode ser relaxante e ajuda a manter o animal limpo. “Ajuda, sim, na remoção da sujeira na superfície do pelo e também na troca de pelo do pet. O veterinário deve indicar a melhor escova.” 

 

“No caso dos pets que se lambem muito, ajuda a evitar a ingestão de pelos”, observa o tosador.

 

Banho de mangueira pode?

 

Banho de mangueira pode ser uma brincadeira muito divertida para os cães e para os responsáveis. “Algumas raças de cães gostam muito desta brincadeira no verão, principalmente aquelas originárias de regiões mais frias como Akita, Husky, Golden e Labrador, mas tem que ter cuidado para não causar um choque térmico”, diz o tosador.

 

Segundo Renato, ficar muitas horas passeando ou fazer atividades físicas em dias quentes com os pets e, em seguida, colocá-los em contato com a água fria pode prejudicar os animais.

 

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