A partir deste mês, só poderão ser postados textos, vídeos ou áudios após aprovação do governo, que exige que entidades se adaptem ‘a uma sociedade socialista’

 

 

Texto: Redação/R7
Foto: AdobeStock

 

 

 

A partir deste mês as igrejas precisarão de autorização na China para publicar qualquer conteúdo online, por texto, vídeo ou áudio. A medida é mais uma do Partido Comunista que busca restringir a atividade religiosa de não chineses no país.

 

As chamadas “Medidas para a Administração dos Serviços de Informações Religiosas da Internet”, anunciadas pelo presidente Xi Jinping em discurso em dezembro de 2021, proíbem ou limitam boa parte das ações religiosas na internet.

 

Será necessária uma licença para divulgar informações religiosas nos formatos de texto, imagem ou áudio por meio de sites, aplicativos, blogs ou transmissões ao vivo. A arrecadação de fundos também está proibida.

 

De acordo com o site internacional Nikkei Asia, do Japão, Xi Jinping enfatizou em seu discurso a necessidade de todas as igrejas “se adaptarem a uma sociedade socialista”.

 

A organização de direitos humanos Freedom House, com sede nos EUA, estima que a China abrigue de 60 milhões a 80 milhões de protestantes e cerca de 12 milhões de católicos. 

 

As novas regras, elaboradas por cinco departamentos, incluindo a Administração Estatal para Assuntos Religiosos, proíbem a criação de organizações religiosas ou escolas online, bem como qualquer esforço para atrair novos seguidores.

 

Conteúdo religioso que se oponha à liderança do Partido Comunista ou incite à subversão do poder do Estado será banido. A fé não pode ser usada para “obstruir a implementação de sistemas judiciários, educacionais, matrimoniais, sociais ou outros sistemas estatais”, dizem as regras.

 

A organização mundial Portas Abertas, que apoia cristãos em mais de 60 países, afirmou que, na prática, a nova lei “significa que serviços online de sermões, estudos bíblicos ou qualquer outra mensagem religiosa na forma de texto, foto, áudio e vídeo só poderão ser acessados por meio de canais aprovados pelo Estado”.

 

“Instituições religiosas, como seminários, poderão treinar os alunos usando apenas plataformas e aplicativos aprovados. O contato com o mundo exterior só pode ser feito através de redes especializadas, em que a identidade dos participantes é verificada”, completou a Portas Abertas.

 

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