Pesquisa é da Oregon Health & Science University, dos Estados Unidos
Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: ©José Cruz/Agência Brasil
Um estudo divulgado nesta semana mostrou que pessoas com infecção pelo SARS-CoV-2 e que estão vacinadas adquirem “superimunidade” muito superior à proteção imunológica de quem apenas recebeu a vacina. “Resposta imunológica medida no soro sanguíneo revelou anticorpos mais abundantes e eficazes do que imunidade gerada apenas pela vacinação”, indicam conclusões de pesquisa da Oregon Health & Science University (OHSU), dos Estados Unidos, publicadas na revista Science Immunology.
O estudo foi feito antes do surgimento da variante ômicron, mas pesquisadores esperam que respostas imunes híbridas sejam semelhantes à nova variante considerada altamente transmissível. “Não faz diferença se uma pessoa é infectada e depois vacinada ou se é vacinada e depois infectada. Nos dois casos, obterá resposta imunológica muito robusta, incrivelmente alta”, assegurou Fikadu Tafesse, coautor do estudo e professor de microbiologia molecular e imunologia da OHSU, citado em comunicado da instituição.
A pesquisa envolveu 104 pessoas vacinadas contra a covid-19 e divididas em três grupos: 42 vacinados sem infecção, 31 vacinados após infecção e 31 infectados depois da vacinação.
Com os participantes do estudo controlados por idade, sexo e tempo de vacinação e infecção, os pesquisadores recolheram amostras de sangue de cada um, que foram expostas a três variantes do vírus SARS-CoV-2 vivo em ambiente de laboratório.
Os especialistas da OHSU concluíram que os dois grupos com “imunidade híbrida” – infectados e vacinados – geraram maiores níveis de imunidade em comparação com o grupo vacinado sem infecção.
“A expectativa, neste momento, é que muitas pessoas vacinadas acabem infectadas e, portanto, com uma forma de imunidade híbrida”, afirmou Bill Messer professor de imunologia e doenças infecciosas da OHSU, também citado no comunicado.
Para Marcel Curlin, professor de infecciologia na instituição norte-americana, a imunidade conferida pela infecção natural é variável” de pessoa para pessoa, mas, quando combinada com a vacinação, “quase sempre fornece respostas muito fortes”.
“Os resultados indicam o momento em que o SARS-CoV-2 poderá se tornar infecção endêmica leve, como doença sazonal do trato respiratório, em vez de pandemia”, disse Curlin.
A covid-19 provocou 5,59 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia. A doença respiratória é provocada pelo SARS-CoV-2, detectado no fim de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China.