Escritora nasceu na Ucrânia em 10 de dezembro de 1920, naturalizou-se brasileira e foi reconhecida como uma das principais autoras do país
Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Fernando Frazão/ABR
“Não escrevo para agradar ninguém”, repetiu Clarice Lispector inúmeras vezes, sempre que alguém dizia não entender suas obras, que nasciam a partir de anotações e frases soltas. Esta semana é marcada pelo centenário de nascimento da consagrada escritora, a brasileira mais original, mais traduzida e das mais importantes do século XX.
Clarice nasceu na Ucrânia em 10 de dezembro de 1920, naturalizou-se brasileira e foi reconhecida como uma das principais autoras do país. Romances, poesias e contos fazem parte dessa carreira privilegiada. Obras como “A hora da estrela” e “A paixão segundo G.H.” estão entre as mais famosas de sua trajetória. Mas, ela também atuou como jornalista. Clarice morreu em 1977.
Ela tinha 22 anos quando publicou seu primeiro romance, “Perto do Coração Selvagem”, que lhe valeu um prêmio, apesar de ter desconcertado a crítica. Aquela tiragem se esgotou, mas a fama de autora de leitura difícil foi um lastro durante anos. Para ela, era evidente que se tratava de um problema de pele, não de cérebro. “Não se trata de inteligência, mas sim de sentimentos, de entrar em contato”, disse na televisão em sua última entrevista, meses antes de morrer de câncer de ovário, às vésperas de completar 57 anos. “Parece que ganho com a releitura. É um alívio.”
Nascida em Chechelnik, uma aldeia ucraniana à época pertencente à Rússia soviética, era bebê quando os Lispector, que fugiam da guerra e dos pogroms, chegaram ao Brasil, onde tinham parentes. A menina tinha um sotaque peculiar. Embora falasse e lesse em francês, inglês e italiano, o português foi a língua em que escrevia, pensava, sonhava e amava.
Clarice revolucionou o panorama literário brasileiro nos anos quarenta. Ser mulher influenciou, mas foi sobretudo porque isso estava unido a um estilo inovador. Ela é um dos exemplos em que o feminismo se mostra por meio de mulheres protagonistas. Nos romances escritos por ela, as personagens mergulham em reflexões sobre a condição humana, muitas vezes questionando o que elas são e o que a sociedade impõe que elas sejam.
Lembrança de uma tragédia
Esta semana também trará reflexões sobre um assassinato parou o mundo no dia 8 de dezembro de 1980. A memória dos 40 anos da morte do músico inglês John Lennon, da banda The Beatles, é uma das principais memórias que devem ser tratadas nesta semana.
Lennon foi alvejado na ocasião por quatro tiros disparados por Mark Chapman (que desde então cumpre pena de prisão perpétua). Em outubro deste ano, Lennon faria 80 anos de idade.