Especialistas dizem que o país começou uma “terceira onda” de contaminações; casos já chegam a quase 110 mil, com perto de 1.850 mortes

 

Texto: Redação/Record TV Japan
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Grande parte da população no Japão parece não se preocupar com o tema, mas o país está em alerta por causa do aumento repentino e rápido de casos de contaminação pelo Sars-Cov-2, causador da Covid-19 agora em novembro. Um painel de especialistas do Ministério do Trabalho, Saúde e Bem-Estar advertiu o governo de que é preciso um plano mais agressivo para conter a disseminação do vírus, que pode se espalhar com rapidez ainda agora no inverno.

 

No dia em que o conselho, liderado por Takaji Wakita, diretor-geral do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, pediu mais cautela do governo, 1.548 novos casos de pessoas infectadas com o vírus foram confirmados no Japão. No mesmo dia, 11 de novembro, o presidente da Associação Médica do Japão, Toshio Nakagawa, disse em uma entrevista coletiva que o atual aumento nos casos de infecção por coronavírus pode ser considerado a “terceira onda” do Japão.

 

À medida em que as temperaturas começam a cair, as pessoas passam mais tempo em ambientes fechados, sem ventilação suficiente, cenário perfeito para as contaminações. Os pesquisadores dizem acreditar ainda que a forma de contágio está se diversificando, o que pede um plano mais amplo de combate ao vírus.

 

O ministro da revitalização econômica, Yasutoshi Nishimura, disse em entrevista coletiva que ainda não é hora de declarar estado de emergência. Mas ele diz entender que há regiões que estão entrando no estágio 3 – dos 5 existentes em relação ao aumento de infecções. “Estamos em um ponto em que devemos estar vigilantes e intensificar nossos esforços para que as infecções não aumentem ainda mais”, pede.

 

Flexibilização

 

Os altos números de infecção em todo o país ocorrem em meio à mudança do Japão em direção à flexibilização das restrições como parte dos esforços para revitalizar a economia afetada pela pandemia.

 

O governo lançou o programa “Go To Travel”, um subsídio para viagens domésticas, em julho, permitindo que as pessoas fizessem viagens com desconto. O Japão também suspendeu a proibição de entrada de viajantes estrangeiros de países como Austrália, Coréia do Sul, Cingapura, Tailândia, Nova Zelândia e Vietnã, além de Taiwan, para chegadas de não turistas.

 

“Não há uma solução única para todo o país”, diz Hitoshi Oshitani, pesquisador e professor da Universidade de Tohoku, entrevistado pelo jornal Mainichi. “Estamos propondo uma abordagem baseada no risco em cada prefeitura. Eles têm que fazer um monitoramento mais próximo dos aglomerados.”

 

Com mais de 108.000 casos e 1.840 mortes, o Japão resistiu à pandemia melhor do que a maioria das grandes nações. O governo se comprometeu a fornecer vacinas gratuitas para toda a população até meados de 2021 e garantiu o fornecimento das principais vacinas candidatas, incluindo uma desenvolvida pela Pfizer Inc.