Vitória de Joe Biden foi comemorada em muitos países; primeiro-ministro japonês quer fortalecer laços para garantir “paz e prosperidade” na Ásia

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Biden, em seu primeiro discurso: “Não medirei esforços para superarmos essa pandemia” / Cortesia/Casa Branca/Divulgação

 

Donald Trump ainda não admitiu a derrota e tem esperanças de reverter a situação, nem que seja na Justiça. Mas o fato é que Joe Biden é o novo presidente eleito dos Estados Unidos. “Para aqueles que votaram em Trump, eu entendo a decepção de vocês. Também perdi algumas disputas na vida. Mas vamos dar uma chance um ao outro. É hora de deixar de lado a retórica inflamada, acalmar os ânimos, ouvirmos uns aos outros”, afirmou o democrata na noite de sábado (07/11), em seu primeiro discurso como líder da maior economia do mundo. “Para progredirmos, precisamos parar de tratar os oponentes como inimigos.”

 

Em discurso de pouco mais de 15 minutos, Biden prometeu ser um presidente que busca “não dividir, mas unificar”. E esse é o ponto que fez lideranças mundiais celebrarem a mudança. Afinal, é uma grande chance para muitos países de aumentar a cooperação em mudanças climáticas, a pandemia de coronavírus, questões comerciais e outros problemas causados pela política “norte-americanos primeiro” de Trump. 

 

“Estou ansioso para trabalhar com você para fortalecer ainda mais a Aliança Japão-EUA e garantir a paz, liberdade e prosperidade na região Indo-Pacífico e além”, disse o primeiro-ministro japonês Yoshihide Suga no Twitter. O país hospeda cerca de 55 mil soldados norte-americanos em troca de ajuda na defesa contra ameaças regionais, como a vizinha Coreia do Norte.

 

Suga já tinha afirmado que essa aliança continuará sendo a pedra angular da política externa e de segurança do Japão. Um tema relacionado é a divisão de custos das tropas, conversa iniciada com Trump. Mas outras questões devem ser abordadas a partir de agora, com Biden no poder, como tratados e déficit comercial.

 

Na Ásia, uma região preocupada com as ambições estratégicas da China, outros líderes, como Coréia do Sul, Filipinas e Taiwan, citaram “valores compartilhados” com Washington e expressaram esperança de relações estreitas. O presidente Moon Jae-in da Coreia do Sul disse que esperava trabalhar juntos “por nossos valores compartilhados”.

 

Pequim ainda não divulgou nada oficial. A China tem muitos problemas para resolver com os Estados Unidos, principalmente na área comercial, de segurança e tecnológica. Mas analistas políticos dizem acreditar que os chineses estão decepcionados com a vitória de Biden, pois para eles Trump era a própria personificação do declínio norte-americano. Com ele no poder por mais quatro anos poderia significar a oportunidade da China tomar a liderança de maior economia mundial. 

 

Também não houve reação imediata do presidente russo, Vladimir Putin, que era amigo de Trump. Outros líderes que apoiaram Trump, incluindo o presidente Rodrigo Duterte, das Filipinas, parabenizaram Biden, indicando que rejeitaram a alegação de Trump de que a eleição não havia terminado.

 

Enquanto isso, outros líderes proeminentes que mantiveram relações calorosas com a administração de Trump permaneceram em silêncio. Isso incluiu o nosso presidente Jair Bolsonaro e o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, da Arábia Saudita. O presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, disse que esperaria “até que todas as questões sejam resolvidas”.