foto: Nos últimos 100 anos, 58 tsunamis ceifaram mais de 260 mil vidas. O mais violento no Japão foi em 2011 e atingiu a costa nordeste do país

 

 

O governo japonês propôs o dia 5 de novembro de cada ano como a data para promover a conscientização de medidas de prevenção contra o desastre natural

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Ewerthon Tobace/Record TV Japan

 

De acordo com estudo feito pela Organização das Nações Unidas (ONU), até o ano de 2030, cerca de 50% da população mundial viverá em áreas costeiras expostas a inundações, tempestades e tsunamis. “Quando os tsunamis acontecem, eles são o teste supremo da governança e das instituições que foram criadas para gerenciar o risco de desastres”, lembrou hoje (5) o secretário-geral da ONU, António Guterres, em mensagem sobre o Dia Mundial de Conscientização sobre Tsunami, data designada pelas Nações Unidas.

 

O chefe da ONU disse que a data, proposta pelo governo japonês em 2015 e aceita pela organização, deve “ajudar a construir a resiliência a todos os perigos, naturais e provocados pelo homem.” Por isso, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em conjunto com o Escritório da ONU para Redução de Riscos de Desastres, compilou as diretrizes visando reforçar a preparação contra tsunami em escolas do mundo todo. “E o próximo tsunami virá, assim como a próxima pandemia, tempestade, inundação, seca ou onda de calor”, lembrou Guterres.

 

As diretrizes encorajam a população a priorizar a proteção da própria vida. Deve-se fugir para locais seguros, mesmo com as restrições em vigor em diversos países sobre sair de casa para evitar a disseminação da Sars-Cov-2. “Ter planos e políticas em vigor para reduzir os impactos do tsunami ajudará a construir mais resiliência e proteger as populações em risco”, afirma o chefe da ONU.

 

Segundo reportagem da NHK, como muitas escolas atuam como centros de evacuação na ocasião de desastres, as diretrizes pedem que as instituições estejam bem equipadas com máscaras e desinfetantes. Também diz que a condição de saúde dos alojados tem de ser monitorada. Caso alguém apresente sintomas da Covid-19, é preciso isolar a pessoa e rastrear todos os que tiveram contato.

 

Data 

 

Em dezembro de 2015, a Assembleia Geral da ONU proclamou este Dia Mundial para aumentar a conscientização sobre o problema e compartilhar abordagens inovadoras para a redução de riscos. 

 

Tsunamis são eventos raros, mas podem ser extremamente mortais. Nos últimos 100 anos, 58 eventos ceifaram mais de 260 mil vidas, ou uma média de 4,6 mil por desastre, superando qualquer outro perigo natural. 

 

O maior número de mortes nesse período foi no tsunami no Oceano Índico, em dezembro de 2004, que causou cerca de 227 mil mortes em 14 países. Indonésia, Sri Lanka, Índia e Tailândia foram as nações mais atingidas pelo desastre. 

 

Segundo a ONU, a rápida urbanização e o crescimento do turismo em regiões propensas a tsunami estão colocando cada vez mais pessoas em perigo. Isso torna a redução do risco um fator chave para reduzir a mortalidade por desastres, um dos objetivos principais da Convenção-Quadro de Sendai para a Redução do Risco de Desastres, aprovada em 2015.

 

Tsunamis

 

O termo “tsunami” é uma combinação das palavras japonesas “tsu”, que significa porto, e “nami”, que significa onda. O fenômeno é uma série de ondas enormes criadas por um distúrbio subaquático, geralmente associado a terremotos que ocorrem abaixo ou perto do oceano.

 

Erupções vulcânicas, deslizamentos submarinos e quedas de rochas costeiras também podem gerar um tsunami, assim como um grande asteroide que afeta o oceano. Estes desastres se originam de um movimento vertical do fundo do mar com o consequente deslocamento da massa de água.

 

As ondas de tsunami costumam parecer paredes de água e podem atingir a costa e ser perigosas por várias horas, em séries de cinco a 60 minutos.