Cientistas descobriram também que o coronavírus pode sobreviver até 28 dias na tela do celular e 9 horas na pele humana
Texto: Redação/Record TV Japan
Duas pesquisas divulgadas nesta semana revelaram dados assustadores sobre o Sars-Cov-2, nome oficial do coronavírus causador da Covid-19. Segundo a agência científica nacional da Austrália, a CSIRO, o vírus pode permanecer infeccioso em superfícies como notas de dinheiro, telas de celulares e aço inoxidável por até 28 dias. Já na pele humana, o micro-organismo pode sobreviver por cerca de 9 horas e é cinco vezes mais durável do que o da influenza, dizem pesquisadores da Universidade de Medicina da Província de Quioto.
Ambas descobertas foram divulgadas neste mês e têm causado discussões no mundo científico. O resultado do estudo japonês foi publicado no dia 3 de outubro na Clinical Infectious Diseases, um jornal médico americano.
A pesquisa da CSIRO revelou que o vírus é “extremamente robusto” e consegue sobreviver por até 28 dias em superfícies lisas, como vidro usado para fabricar telas de telefones celulares, além de notas de papel e plástico, quando mantidos a 20° C — considerada temperatura ambiente. Nas mesmas condições, em comparação, o vírus da gripe pode sobreviver por 17 dias. Os experimentos foram realizados no escuro, já que a luz ultravioleta já demonstrou matar o vírus.
Para os cientistas japoneses, o novo coronavírus tem potencial para infectar até dois ou três dias após entrar em contato com superfícies de plástico e metálicas. A novidade para eles é a longevidade na pele humana.
“Estabelecer por quanto tempo o vírus realmente permanece nas superfícies nos permite prever e mitigar sua disseminação com mais precisão, e fazer um trabalho melhor de proteger o nosso povo”, disse o presidente-executivo da CSIRO, Larry Marshall, em coletiva de imprensa.
Estudo
Os pesquisadores da Universidade de Medicina da Província de Quioto aplicaram o novo coronavírus e o vírus influenza A em cerca de 100.000 lotes de pele humana doada para pesquisas médicas e examinaram a mudança no número de vírus.
O virus influenza A demorou de uma a duas horas para desaparecer. Já o Sars-Cov-2 tornou-se indetectável num período entre 6 e 11 horas – valor médio de 9 horas.
Foi aplicado então desinfetante com álcool a 80%. O vírus então foi eliminado em 15 segundos. “Mais uma vez verificou-se o risco de infecção de contato e a importância do desinfetante à base de álcool como prevenção de infecções”, disse Ryohei Hirose, um médico gastroenterologista que liderou a equipe.