Data foi criada nos Estados Unidos por uma filha de uma ativista; os japoneses costumam presentear as mamães com cravos vermelhos
Texto: Redação/Record TV Japan
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No Brasil e no Japão, o segundo domingo de maio é o dia de homenagear as mães. Mas o modelo da efeméride de ambos os países foi copiado dos Estados Unidos. Apesar de já existirem manifestações inclusive na Grécia Antiga e em outros países, o Dia das Mães como é visto hoje foi uma criação americana, do fim do século 19.
Haha no Hi (母の日), o dia das mães japonês, é uma data comemorativa moderna, introduzida na cultura japonesa no início do século XX por missionários cristãos. No Japão, apenas em 1949 foi oficialmente fixado o segundo domingo de maio como Dia das Mães. Antes disto, em 1931, houve uma tentativa de celebrar a data em 6 de março, como uma referência ao aniversário da Imperatriz Kōjun, mãe do Imperador emérito Akihito (Era Shōwa), mas não houve grande aderência por parte da população.
Já no Brasil, foi o ex-presidente Getúlio Vargas (1882-1954) quem instituiu a data, em 5 de maio de 1932. “O segundo domingo de maio é consagrado às mães, em comemoração aos sentimentos e virtudes que o amor materno concorre para despertar e desenvolver no coração humano, contribuindo para seu aperfeiçoamento no sentido da bondade e da solidariedade humana”, assim declara o decreto de número 21.366.
O documento ainda tece três considerações para justificar a lei: “que vários dias do ano já foram oficialmente consagrados à lembrança e à comemoração de fatos e sentimentos profundamente gravados no coração humano”; “que um dos sentimentos que mais distinguem e dignificam a espécie humana é o de ternura, respeito e veneração, que evoca o amor materno”; e “que o Estado não pode ignorar as legítimas imposições da consciência coletiva, e, embora não intervindo na sua expressão, e do seu dever reconhecê-las e prestar o seu apoio moral a toda obra que tenha por fim cultuar e cultivar os sentimentos que lhes imprimem, força afetiva de cultura e de aperfeiçoamento humano”.
No Japão, o Haha no Hi é uma data bastante difundida e muito bem incorporada à cultura contemporânea japonesa. As mães costumam ser presenteadas com flores, principalmente cravos (カーネーション), símbolo da maternidade, gratidão e respeito. Segundo texto publicado pela Japan House, os cravos vermelhos são oferecidos pelos filhos às suas mães em celebração e agradecimento à sua vida, já os cravos brancos são utilizados nas roupas ou colocados em vasos por aqueles cujas mães já partiram.
Origem
A norte-americana Anna Maria Jarvis (1864-1948) é considerada a idealizadora do modelo contemporâneo do Dia das Mães. Em 1905, ela perdeu a mãe, Ann Reeves Jarvis, e, profundamente deprimida, resolveu militar por uma data que homenageasse o sentimento materno.
A luta para a oficialização desse dia durou anos. A motivação veio de uma prece que um dia a mãe de Anna lhe mostrou. “Espero e rezo para que alguém, um dia, reconheça um dia em memória das mães, para celebrar o serviço incomparável que prestam à humanidade em todas as áreas da vida”.
Segundo reportagem da BBC, enquanto a jovem fazia campanha enviando cartas todos os anos para congressistas, governadores, celebridades e pessoas importantes para reservarem um feriado para essa data, os políticos zombavam da situação dizendo que, se oficializassem o Dia das Mães, teriam que instituir também o Dia da Sogra.
Até que em 1911, todos os Estados americanos reconheceram o feriado — três anos depois, houve a oficialização de que em todo segundo domingo de maio seria comemorado o feriado em homenagem às mães.
Pelo mundo
Na antiguidade, a valorização da maternidade era concomitante ao início da primavera. Há registros de que, na Grécia Antiga a entrada da estação era festejada em honra a Reia, a mãe dos deuses.
Mas a data celebrada no Japão, no Brasil e nos Estados Unidos não é unanimidade em todo o mundo contemporâneo. Comemoram nesta data também países como África do sul, Chile, China, Dinamarca, Austrália, Itália, Cuba, Venezuela, Finlândia, Bélgica e outros. Em Portugal, por outro lado, a celebração ocorre no primeiro domingo de maio — assim como em Angola, Moçambique, Espanha, Cabo Verde, Hungria e Lituânia.
Noruegueses dedicam às mães o segundo domingo de fevereiro. Franceses e suecos, o último domingo de maio. Na Argentina e na Bielorrússia, o que vale é o terceiro domingo de outubro.
Alguns países têm datas fixas para o Dia das Mães, independentemente do dia da semana. Na Bolívia, por exemplo, é o dia 27 de maio. Rússia, Sérvia, Montenegro, Romênia e Bulgária preferem o 8 de março.
Na Eslovênia, é dia 25 de março. Egito, Síria e alguns países árabes homenageiam as mães em 21 de março. Bélgica e Costa Rica usam o 15 de agosto, mesmo dia em que católicos celebram a Assunção de Nossa Senhora. Na antiga Iugoslávia, a comemoração era feita sempre duas semanas antes do Natal.