Kim Yo Jong critica “provocações” americanas e defende fortalecimento do arsenal nuclear norte-coreano
Foto: Divulgação/KCNA (Agência Central de Notícias da Coreia)
Kim Yo Jong, a poderosa irmã do líder norte-coreano Kim Jong Un, intensificou o tom contra os Estados Unidos nesta terça-feira (4), acusando o governo de Donald Trump de adotar uma “política de confronto” que justificaria o fortalecimento do poder nuclear da Coreia do Norte.
As declarações, divulgadas pela mídia estatal norte-coreana KCNA, foram uma resposta direta à chegada do porta-aviões americano USS Carl Vinson à Coreia do Sul no último domingo (2), em um movimento visto por Pyongyang como provocação.
Kim Yo Jong denunciou a visita do porta-aviões a Busan, cidade portuária no sul da Coreia do Sul, como parte de uma escalada de “provocações políticas e militares” dos EUA contra os norte-coreanos, segundo a Reuters e a AP.
“Assim que a nova administração surgiu neste ano, os EUA intensificaram as provocações contra a RPDC [República Popular Democrática da Coreia, nome oficial do país], dando continuidade à política hostil da gestão anterior”, afirmou ela, de acordo com a KCNA.
A irmã do líder norte-coreano declarou que “a política hostil dos EUA oferece justificativa suficiente para que a RPDC reforce indefinidamente seu poder de dissuasão de guerra nuclear”.
Kim ainda ameaçou “aumentar ações que ameaçam a segurança do inimigo no nível estratégico”, sugerindo que a Coreia do Norte pode intensificar testes de mísseis, possivelmente mirando o território continental dos EUA ou bases americanas na região.
A declaração ocorre após o teste de mísseis de cruzeiro pela Coreia do Norte na semana passada, o quarto evento do tipo neste ano.
Respostas do Sul
O Ministério da Defesa da Coreia do Sul classificou os comentários de Kim como uma “farsa” para justificar o desenvolvimento de mísseis nucleares, afirmando que “a única maneira da Coreia do Norte sobreviver é abandonar sua obsessão por armas nucleares”.
No domingo, a marinha sul-coreana disse que a chegada do Carl Vinson, o primeiro porta-aviões dos EUA a atracar no país desde o início do segundo mandato de Trump, em janeiro, foi uma demonstração de força contra as ameaças norte-coreanas.
A Defesa do país alertou que está preparada para repelir qualquer provocação norte-coreana, chamando as ameaças de Kim de “sofisma” para justificar seu programa nuclear, segundo a AP.
Enquanto isso, Trump, que já realizou cúpulas históricas com Kim Jong Un em seu primeiro mandato, afirma que pretende retomar o contato com o líder norte-coreano — relação que desmoronou em 2019 por divergências sobre sanções.