Sara Duterte foi afastada do cargo nesta quarta-feira (5) e pode sofrer proibição vitalícia da política

Foto: Reprodução/X/@indaysara

A Câmara Baixa das Filipinas aprovou nesta quarta-feira (5) o impeachment da vice-presidente Sara Duterte, filha do ex-presidente Rodrigo Duterte.

A decisão ocorre meses após supostas ameaças de Sara contra o presidente Ferdinand Marcos Jr., a primeira-dama e o presidente da Câmara Baixa, Martin Romualdez, que é primo do líder filipino.

Em novembro de 2023, ela afirmou durante uma entrevista coletiva que teria contratado uma pessoa para matar essas autoridades caso sofresse um atentado. Mais tarde, alegou que as declarações foram tiradas de contexto.

As acusações do processo contra Duterte também incluem uso indevido de recursos públicos enquanto ocupava os cargos de vice-presidente e ministra da Educação e aquisição de riqueza inexplicável.

Nesta quarta, 215 dos 306 deputados votaram a favor da destituição, incluindo Ferdinand Alexander Marcos, filho do presidente Ferdinand Marcos Jr. O congressista foi um dos primeiros a assinar a queixa.

O processo agora segue para julgamento no Senado, que só deve analisar o caso em 2 de junho, após as eleições de meio de mandato em maio, quando metade das cadeiras da Casa estará em disputa.

Para a condenação, dois terços dos 23 senadores precisam votar a favor da queixa. O Senado, no entanto, é dividido entre aliados de Duterte e apoiadores de Marcos, tornando incerto o desfecho do julgamento.

Apesar de afirmar que não apoia o impeachment, o presidente filipino ressaltou que não pode interferir no processo legislativo, segundo a agência de notícias Reuters.

O caso marca uma crise na aliança entre os clãs Duterte e Marcos, que garantiu a ambos uma vitória expressiva nas eleições de 2022. O irmão de Sara Duterte, o congressista Paolo Duterte, classificou a decisão como um ato de perseguição política.

Duterte é a segunda maior autoridade eleita a enfrentar um processo de impeachment nas Filipinas, atrás apenas do ex-presidente Joseph Estrada, destituído em 2000.

Se condenada, ela será removida do cargo e impedida de disputar futuras eleições, frustrando qualquer ambição presidencial. O desfecho do caso também será um teste para a popularidade de Ferdinand Marcos Jr., que busca consolidar poder antes das eleições legislativas de meio de mandato.