Cerimônia contou com a presença de autoridades importantes, como a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris e do príncipe herdeiro Akishino

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Reprodução/Twitter

 

 

O ex-primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, foi homenageado hoje (27) com um raro e controverso funeral de Estado. Transmitido pelos principais canais de tevê e pela internet, a cerimônia foi recheada de apresentações militares e elogios a seus nove anos como primeiro-ministro.

 

O primeiro-ministro Fumio Kishida disse que a cerimônia, financiada pelo governo, foi uma honra merecida para o ex-líder político mais antigo do Japão. Porém, a decisão dividiu a opinião pública. Houve protestos furiosos. Os principais partidos de oposição boicotaram o funeral. De acordo com os críticos, foi um lembrete de como os governos imperialistas do pré-guerra usavam funerais de Estado para fomentar o nacionalismo.

 

De acordo com reportagem da agência de notícia AP, o governo sustenta que a cerimônia não pretende forçar ninguém a homenagear Abe. Mas a decisão antidemocrática de dar a ele a rara honra com laços imperiais, o custo e as controvérsias sobre os laços dele e do partido no poder com a ultraconservadora Igreja da Unificação alimentaram controvérsias sobre o evento.

 

Mesmo assim, o evento contou com a presença de autoridades importantes, como a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, do príncipe herdeiro Akishino e outros dignitários estrangeiros e japoneses. Em seu discurso de 12 minutos, Kishida elogiou Abe como um aspirante a político com uma visão clara para o crescimento econômico do pós-guerra e o desenvolvimento do Japão e do mundo.

 

“Você era uma pessoa que deveria ter vivido muito mais”, disse Kishida. “Eu tinha a firme convicção de que você deveria contribuir como uma bússola para mostrar a direção futura do Japão e do resto do mundo por mais 10 ou 20 anos”, completou.

 

Abe foi cremado em julho após um funeral privado em um templo de Tóquio dias depois de ser assassinado enquanto fazia um discurso de campanha em uma rua em Nara, uma cidade no oeste do Japão.

 

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