Livro é um dos cinco traduzidos para o japonês em 2022; objetivo do projeto é a difusão da literatura brasileira no Japão

 

Texto: Redacão/Record TV Japan
Foto: ©Ewerthon Tobace/Record TV Japan

 

Para celebrar Bicentenário da Independência do Brasil, a Embaixada do Brasil em Tóquio organizou uma série de eventos e atividades nas áreas de literatura, artes visuais, arquitetura, audiovisual, música popular e música de concerto. Um dos projetos é o lançamento de cinco obras no idioma japonês em parceria com a editora Suiseisha para a difusão da literatura brasileira no Japão. A iniciativa é coordenada pela professora Chika Takeda, vice-presidente da Universidade dos Estudos Estrangeiros de Tóquio.

 

Em fevereiro passado, a primeira obra lançada foi “Vidas Secas”, de Graciliano Ramos. Este mês, “Nihonjin”, do professor e escritor brasileiro Oscar Nakasato, já pode ser encontrada nas livrarias japonesas. Depois será a vez de “As Meninas”, de Lygia Fagundes Telles, em agosto; “Torto Arado”, de Itamar Vieira Junior, em novembro; e a coletânea “O melhor do conto brasileiro”, em dezembro.

 

Com o apoio do governo brasileiro, a editoria Suiseisha tem ampliado seu catálogo de literatura brasileira contemporânea, que já abrange livros como “Órfãos do Eldorado”, de Milton Hatoum; “Os Velhos Marinheiros”, de Jorge Amado; “Joias de Família”, de Zulmira Ribeiro Tavares; “Primeiras Estórias”, de João Guimarães Rosa; “Feliz Ano Novo”, de Rubem Fonseca; e “Nove Noites”, de Bernardo Carvalho.

 

Imigração japonesa

 

Para o lançamento oficial, Nakasato veio ao Japão pela primeira vez. Até o dia 8 de julho ele viaja pelo Japão para palestras e sessões de autógrafos. Além de Tóquio, ele passa por Kobe, Nagoia, Quioto, Hamamatsu e Kanazawa.

 

Veja as fotos do lançamento do livro “Nihonjin” em Hamamatsu

 

‘Nihonjin’ apresenta ao leitor a história de Hideo Inabata e sua família, que integraram a primeira geração de imigrantes japoneses no Brasil. O processo, iniciado em 1908, foi responsável pela construção de profundos laços humanos entre os dois países. Em 2022, aproximadamente dois milhões de nikkeis vivem no Brasil, e a comunidade brasileira no Japão conta com mais de duzentos mil integrantes. Segundo texto divulgado pela embaixada brasileira, “é oportuno que uma obra tão relevante para a construção desse relacionamento bilateral seja lançada em idioma japonês”.

 

“Nihonjin”, o primeiro romance do escritor paranaense Oscar Nakasato, rendeu ao autor o prêmio Jabuti de 2012, na categoria romance, e 1º Prêmio Benvirá de Literatura.

 

A obra conta a história de Hideo Inabata, japonês que emigrou de Kobe, no Japão, para trabalhar nas fazendas de café do interior de São Paulo. Tendo como pano de fundo a saga do personagem central do livro, o romance relata, com elegância e sem excessos, a história da imigração japonesa para o Brasil, iniciada no alvorecer do século 20. 

 

Nakasato busca, acima de tudo, segundo suas próprias palavras, contar uma história, resgatar um tempo que, embora recente, parece perdido. Neto de imigrantes japoneses, sua figura se mistura com a do narrador sem nome, neto do protagonista Hideo, que, com frieza e objetividade, recupera a aventura do avô e de seus descendentes.

 

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