Objetivo principal é oferecer flexibilidade aos funcionários para que possam melhorar a vida pessoal e ter tempo de adquirir novas habilidades
Texto: Redação/Record TV Japan
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O sistema de trabalho japonês nunca passou por tantas mudanças quanto agora, após quase três anos de pandemia. Muitas empresas começaram a oferecer o oferecer o teletrabalho, quando o empregado faz as tarefas de sua casa, sem precisar ir ao escritório. Agora, uma lista crescente de companhias começou também a aderir ao esquema de quatro dias de trabalho por semana, em vez de cinco.
Desta forma, os empregadores querem que o funcionário tenha um equilíbrio maior entre a vida pessoal e profissional, além de abrir a possibilidade para que a pessoa adquira novas habilidades fora do local de trabalho.
Uma reportagem da agência de notícias Kyodo mostrou o exemplo da Panasonic, que passou a adotar o esquema no mês passado. Os funcionários de alguns setores têm agora a opção de tirar um terceiro dia de folga durante a semana.
A decisão da Panasonic foi tomada após o governo japonês declarar que incentivava as empresas a oferecer um esquema de trabalho flexível para tentar sanar alguns problemas sociais, como criação dos filhos e cuidados com idosos, além de tentar estimular os casais a ter mais filhos.
Outras grandes empresas já aderiram ao esquema, como Hitachi, Mizuho e Fast Retailing, que opera a rede de roupas Uniqlo.
“É nossa responsabilidade garantir um equilíbrio entre vida profissional e pessoal para nossos diversos trabalhadores”, disse o presidente da Panasonic, Yuki Kusumi, em entrevista coletiva em janeiro.
No entanto, ainda há dúvidas se o novo estilo de trabalho ganhará popularidade no Japão, onde muitas empresas começaram a oferecer apenas dois dias de folga por semana no final da década de 1980.
Uma pesquisa do provedor de informações sobre empregos Mynavi Corp, divulgada em fevereiro, descobriu que 78,5% dos trabalhadores entre 20 e 50 anos disseram que não queriam tirar três dias de folga se seus salários fossem cortados.
Além disso, 60,1% dos 800 entrevistados disseram que era impossível introduzir uma semana de quatro dias em seu local de trabalho. Seus motivos variavam de falta de pessoal ou carga de trabalho muito grande.