Ministro da Justiça disse que violações de direitos humanos são “absolutamente imperdoáveis”

 

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Reprodução/Sindicato dos Trabalhadores Fukuyama Union Tampopo

 

 

 

O ministro da Justiça do Japão, Yoshihisa Furukawa, ordenou que a Agência de Imigração investigue os abusos violentos no local de trabalho supostamente sofridos por um estagiário vietnamita. O caso ganhou repercussão depois que um vídeo postado nas redes sociais viralizou. 

 

O vídeo mostra o homem sendo socado, chutado e espancado por seus colegas de trabalho em uma construtora. As cenas provocaram indignação e reacendeu as discussões sobre o programa de treinamento técnico patrocinado pelo governo japonês.

 

“Violações de direitos humanos contra estagiários técnicos estrangeiros, como abuso, são absolutamente imperdoáveis”, disse Furukawa, que pediu “agilidade” na investigação do caso.

 

Foto: Reprodução/Sindicato dos Trabalhadores Fukuyama Union Tampopo

Segundo o Sindicato dos Trabalhadores Fukuyama Union Tampopo, que acompanha a situação, o estagiário veio ao Japão em 2019 e, por quase dois anos sofreu os abusos. O homem, cujo nome não foi divulgado, disse, numa coletiva de imprensa, que não quer que outros estagiários vietnamitas passem pelo mesmo.

 

De acordo com reportagem da AFP, mais de 350.000 estagiários vivem no Japão sob o esquema patrocinado pelo governo japonês, que está em funcionamento há décadas. O objetivo do programa é ajudar trabalhadores de países subdesenvolvidos a adquirir habilidades técnicas em setores como agricultura, construção e processamento de alimentos.

 

Porém, muitos críticos do programa dizem que os empregadores se aproveitam da mão de obra barata e abusam dos estagiários. Há queixas de exploração, violência física, fome, entre outras.

 

Uma reportagem da agência de notícias Kyodo informou que o vietnamita perdeu um dente quando os colegas arremessaram um aparelho de trabalho nele, além de ter o lábio lacerado. Ele também sofreu fratura na costela depois que foi chutado com uma bota de segurança (que possui metal na ponta).

 

O presidente do sincidato, Mitsugu Muto, disse que há muitos casos sendo acompanhados por ele. “Acreditamos que está enraizado na falta de conscientização sobre os direitos humanos e também há um elemento de racismo”, disse.