Plano do primeiro-ministro japonês é reequilibrar a distribuição de renda, bastante afetada pela pandemia de coronavírus
Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: ©Gabinete do Primeiro-Ministro/Twitter
O primeiro-ministro Fumio Kishida quer alavancar a economia japonesa e uma das estratégias é aumentar agressivamente os salários. Desta forma, ele busca a redistribuição da riqueza. Foi justamente isso que ele pediu aos líderes empresariais durante um evento organizado pela Câmara de Comércio e Indústria do Japão e pela Japan Business Federation, o lobby empresarial mais poderoso do país, conhecido como Keidanren, ou Associação Japonesa de Executivos Corporativos.
O líder japonês fez o pedido antes das negociações salariais anuais deste ano entre a administração e os sindicatos trabalhistas. Kishida quer um aumento salarial de mais de 3% e justificou que as empresas conseguiram recuperar os ganhos para níveis pré-pandêmicos.
“Aumentos salariais significam investimentos futuros. É extremamente importante para o crescimento econômico futuro. Gostaria de vê-los assumir uma postura agressiva e cooperar”, disse Kishida, que reforçou que o país precisa iniciar um “ciclo virtuoso de crescimento e distribuição” em um momento em que a recuperação da pandemia traz oportunidades para a nova era.
Aumentar os salários, bastante afetados pela deflação por anos, é uma das agendas mais importante do primeiro-ministro, desde que assumiu o poder em outubro passado. Em contrapartida, o governo está disposto a reduzir impostos para as empresas que colaborarem.
No Japão, as negociações salariais sempre acontecem na primavera. No entanto, com a pandemia, nos dois últimos anos o aumento foi bem irrisório.
Segundo reportagem da agência de notícias Kyodo, a Confederação Sindical Japonesa, a maior organização trabalhista do país, ficou empolgada e decidiu pedir um aumento combinado de 4% nos salários – cerca de 2% na escala salarial e 2% no salário anual.