Yoshihide Suga sofre pressão da população japonesa por causa da má gestão da pandemia, da falta de vacina e da realização dos Jogos Olímpicos

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
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Com a proximidade dos Jogos Olímpicos, cresce a insatisfação da população japonesa com a administração do primeiro-ministro Yoshihide Suga. Uma pesquisa de opinião divulgada hoje pelo jornal Yomiuri mostrou que 59% dos japoneses querem que a Olimpíada de Tóquio seja cancelada. Em sua defesa, numa coletiva de imprensa, o líder japonês disse que “nunca colocou as Olimpíadas em primeiro lugar”. “Minha prioridade tem sido proteger a vida e a saúde da população japonesa. Devemos primeiro prevenir a propagação do vírus”, acrescentou.

 

O número de casos de covid-19 não diminuiu e o governo foi obrigado a estender o estado de emergência até o final de maio. Além disso, o ritmo das vacinações continua lento, o que gera dúvidas da segurança de se realizar um mega evento esportivo nestas condições.

 

Mesmo assim, as lideranças e o próprio Comitê Olímpico Internacional (COI) planejam seguir com o evento e insistem que o torneio será “seguro”. Por enquanto, espectadores vindos do exterior não poderão entrar no Japão e a decisão de abrir para o público local ainda não foi divulgada. 

 

Outra pesquisa realizada no fim de semana pela TBS News apontou que 65% queriam que os Jogos fossem cancelados ou adiados novamente, sendo 37% a favor do cancelamento e 28% do adiamento. Mais de 300.000 pessoas assinaram uma petição para cancelar os Jogos em cerca de cinco dias, desde que foi lançada.

 

Suga disse à imprensa japonesa que o Comitê Olímpico Internacional (COI) tem a palavra final sobre o destino dos Jogos e que o papel do governo é tomar medidas para que eles sejam realizados com segurança. Os jogos estão programados para começar em 23 de julho e seguir até 8 de agosto.

 

Vacinação

 

Para tentar conter as críticas, o governo japonês acelerou nesta segunda-feira (10) a vacinação de idosos. O objetivo é terminar esse grupo até meados de junho. Foram distribuídas hoje doses suficientes para inocular mais de 9 milhões de pessoas.

 

Em comparação com outros países desenvolvidos, o Japão está bem atrás na imunização da população. Apenas 240 mil idosos receberam a primeira dose até agora.