Pai e filho são suspeitos de ajudar a “contrabandear” o ex-magnata para fora do Japão, usando uma caixa para transportar equipamento musical

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Reprodução

 

 

Acusados de ajudar na fuga do ex-presidente da Nissan Motor Co., Carlos Ghosn, dois norte-americanos chegaram hoje (2) ao Japão, entregues pela própria Justiça americana para extradição. Michael Taylor, de 60 anos, e o filho, Peter Taylor, 28, vieram em um voo de Boston e, assim que pousaram em Narita, foram levados sob custódia pela polícia japonesa.

 

A transferência ocorreu depois que eles perderam a batalha contra a extradição no mês passado. Os dois homens foram presos em Massachusetts em maio do ano passado pelas autoridades dos EUA a pedido do Ministério Público do Distrito de Tóquio.

 

Segundo divulgou a agência de notícias Kyodo, promotores japoneses obtiveram mandados de prisão em janeiro do ano passado para Ghosn e os Taylor. Pai e filho são suspeitos de ajudar a “contrabandear” o ex-magnata para fora do Japão. Para isto, teriam escondido Ghosn dentro de uma caixa usada para transportar equipamento musical e o levado, em um jato particular em 29 de dezembro de 2019, da capital japonesa para um hotel em Osaka. De lá, a dupla é suspeita de colocá-lo em um jato particular que saiu do Aeroporto Internacional de Kansai, mesmo sabendo das condições de fiança, que não permitiam o brasileiro viajar para o exterior.

 

Depois de chegar a Istambul, o fugitivo voou em um jato diferente para o Líbano, país do Oriente Médio onde passou a infância e agora vive. Além da cidadania brasileira, Ghosn, que comandou a Nissan por quase duas décadas, tem passaporte libanês e francês.

 

Ghosn alegou que sua prisão, a primeira delas em 2018, foi o resultado de um golpe encenado por executivos da Nissan. Em entrevista coletiva, no Líbano, o executivo disse que fugiu para escapar do que chamou de sistema de justiça “fraudado”. Ghosn é acusado de fraude financeira e uso indevido de fundos da empresa para benefício próprio, entre outras acusações.

 

Prisão dos Taylor

 

Em outubro passado, o Departamento de Estado dos EUA aprovou entregar a dupla ao Japão. Michael e Peter lutaram contra a extradição, mas seu recurso foi rejeitado pela Suprema Corte dos EUA em fevereiro, de acordo com decisões anteriores de um tribunal federal em Massachusetts e um tribunal superior em Boston.

 

Promotores americanos disseram que os homens receberam mais de US $ 1,3 milhão de Ghosn e sua família por seu papel na trama. “Este é um dia triste para a família e para todos os que acreditam que os veteranos merecem um tratamento melhor de seu próprio país”, disse o advogado Paul Kelly em um comunicado na segunda-feira.