Secretária de relações públicas do gabinete de Yoshihide Suga foi criticada por ter aceitado participar de um jantar luxuoso e violado o código de ética
Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Makiko Yamada desempenhou papel importante no governo de Shinzo Abe e queria continuar no gabinete, mas não suportou a pressão ©Twitter/Reprodução
Makiko Yamada, secretária de relações públicas do gabinete do primeiro-ministro Yoshihide Suga, renunciou ao cargo nesta segunda-feira (1), após ter sido criticada por estar entre burocratas que aceitaram jantares luxuosos pagos por uma empresa que emprega o filho mais velho do líder japonês, em violação ao código de ética.
A saída dela foi descrita pela agência de notícias Kyodo como mais um golpe para Suga, que luta contra a queda nos índices de aprovação de seu gabinete. O premiê tenta apagar o incêndio iniciado com uma série de escândalos envolvendo funcionários do governo e em meio à percepção pública de que ele não tem liderança no combate à pandemia do coronavírus.
Yamada, de 60 anos, foi descoberta em um jantar no valor de 74.000 ienes em Tóquio em 2019, oferecido por executivos da Tohokushinsha Film Corp, entre eles Seigo Suga. Por causa da pressão, ela entregou hoje o pedido de renúncia, o que foi aprovado pelo gabinete.
O problema, segundo divulgou a NHK, é que, na época, Makiko era vice-ministra de coordenação de políticas do Ministério do Interior e Telecomunicações. A pasta exerce jurisdição administrativa sobre a indústria de radiodifusão.
Na quinta-feira passada, Yamada chegou a fazer um pedido de desculpas ao comparecer diante de um painel do Parlamento japonês como testemunha não juramentada.
Afirmou, na ocasião, que lamentava profundamente não ter correspondido à confiança depositada pela população nos funcionários públicos. No entanto, ela disse que a empresa não lhe pediu nenhum favor e que não tinha intenção de renunciar ao cargo.
O premiê japonês, Suga Yoshihide, por sua vez, havia declarado, na semana passada, que esperava que a secretária de relações públicas continuasse a exercer suas funções. “Eu a indiquei como secretária de relações públicas do gabinete porque tinha grandes esperanças por ela, como alguém que tinha muita experiência sob a administração anterior e também serviu como secretária do então primeiro-ministro Shinzo Abe”, disse Suga a repórteres hoje à tarde. “É muito lamentável que ela esteja partindo assim”, acrescentou.