Makiko Yamada estampou os jornais e dominou o noticiário japonês por ser protagonista de uma investigação de violação do código de ética do governo

 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Reprodução/©NNN

 

 

A secretária de relações-públicas do gabinete de ministros do Japão, Makiko Yamada, 60, pediu desculpas hoje (25) à uma comissão orçamentária da Câmara Baixa do Parlamento por ter ido a um jantar caro. O valor seria de 74 mil ienes e teria sido pago por uma empresa de radiodifusão por satélite quando ela atuava no Ministério do Interior e Telecomunicações.

 

“Peço desculpas por prejudicar a confiança pública nos funcionários públicos devido à violação (do código de ética) enquanto eu estava no Ministério das Telecomunicações”, disse Yamada. 

 

A sessão de hoje tratou do patrocínio de jantares a funcionários da pasta pela Tohokushinsha Film Corporation. Seigo Suga, o filho mais velho do primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, é um dos dirigentes da empresa que estiveram presentes nos jantares.

 

Yamada foi interrogada sobre a aceitação do convite ao jantar em valor aproximado de 700 dólares quando ocupava um alto cargo no ministério.

 

Segundo divulgou a NHK, ela disse lamentar profundamente por não ter correspondido à confiança que a população deposita em autoridades do governo, com o seu ato, que viola a Lei de Ética na Administração Pública Nacional. Além de se desculpar, ela declarou que, por falta de prudência, deixou de verificar se a empresa tinha algum interesse a defender com o oferecimento do jantar.

 

Yamada disse que vai refletir sobre seus atos e melhorar a própria conduta no decorrer do cumprimento dos deveres ao desempenhar a função pública.

 

“É claro que ela deveria renunciar”, disse o líder do Partido Comunista Japonês, Kazuo Shii, em uma entrevista coletiva.

 

Kenta Izumi, chefe de política do principal partido de oposição, o Partido Democrático Constitucional do Japão, também disse: “Ser brindado com um jantar no valor de cerca de 70.000 ienes está além do bom senso. O governo (de Suga) mima seus próprios funcionários”.

 

Yamada se desculpou no parlamento, mas disse que não renunciaria ao escândalo. O governo também se esforçou para mantê-la como um símbolo do empoderamento das mulheres.

 

Segundo a agência de notícias Kyodo, o primeiro-ministro Suga sugeriu que o governo não a demitiria, dizendo a repórteres que ela refletiu sinceramente sobre o que fez. “Tenho grandes esperanças por ela como funcionária de relações públicas”, disse ele.