Hospitais na capital japonesa estão com 88% dos leitos ocupados e o número de pacientes que precisam de internação continua aumentando desde o fim de 2020

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Reprodução/Gabinete do Primeiro-Ministro do Japão

 

O primeiro-ministro do Japão, Yoshihide Suga, declarou oficialmente, nesta quinta-feira (7), o segundo estado de emergência em Tóquio e nas províncias de Kanagawa, Saitama e Chiba. A medida entrará em vigor amanhã, dia 8 de janeiro, e deve valer, por enquanto, até 7 de fevereiro. O estado de emergência confere aos governadores a autoridade legal para pedir à população para cooperar com esforços de prevenção.

 

A decisão vem em um momento no qual o Japão vê crescer rapidamente os casos de contaminação pelo Sars-Cov-2. Nesta quinta-feira, a capital japonesa registrou um recorde de 2.447 novos casos, o maior número até agora. No país todo, segundo dados oficiais, foram 7.084 registrados novos infectados. 

 

“A situação piorou recentemente em todo o país e sinto uma forte sensação de crise”, disse Suga em uma reunião da força-tarefa do governo sobre a resposta à pandemia. “Vamos tomar medidas completas”, completou o primeiro-ministro, que autorizou as quatro províncias a tomar medidas mais rígidas de combate ao surto.

 

Entre outras coisas, as autoridades vão pedir aos moradores que fiquem em casa e solicitar que restaurantes e bares parem de servir bebidas alcoólicas às 19h e fechem às 20h. Academias, lojas de departamentos e locais de entretenimento também estarão sujeitos ao menor horário.

 

A medida ocorre no momento em que Tóquio vê o número de internados crescer rapidamente. Segundo levantamento do governo, cerca de 88% dos leitos reservados para pacientes de Covid-19 já estão ocupados. A capital possui 3.500 camas e número de pacientes após o feriado de fim de ano chegou a 3.090 na quarta-feira (6).

 

Mais medidas

 

O governo pedirá a empresas para que incentivem os funcionários a trabalhar em casa. A ideia é reduzir em pelo menos 70% o número de funcionários circulando pelas ruas. Os eventos também terão redução de público. O limite será 5 mil pessoas ou 50% da capacidade do local.

 

Não há punições para quem não cumprir os pedidos. Mas o governo vai oferecer um auxílio financeiro para os estabelecimentos que cooperarem com as medidas. Segundo notícia da agência de notícias Kyodo, Yasutoshi Nishimura, o ministro responsável pela resposta ao Covid-19, disse ao parlamento que a declaração de emergência poderia ser suspensa se o número diário de casos de coronavírus em Tóquio cair para 500.

 

O estado de emergência foi declarado anteriormente em Tóquio e outras seis províncias no início de abril do ano passado, durante a primeira onda de infecções no Japão, e foi expandido para todo o país no final daquele mês. Ele foi suspenso por etapas em maio.

 

A governadora de Tóquio, Yuriko Koike, pediu repetidamente ao governo que declarasse estado de emergência. Desde novembro, ela vem alertando que o sistema de saúde está à beira do colapso. Koike havia pedido que as pessoas não saíssem no fim de ano e que restaurantes e bares fechassem às 22h. Mas muitos não obedeceram e o surto só piorou depois do feriado de ano novo.