Pesquisa foi feita com 376 pessoas que se infectaram entre fevereiro e maio; amostras de sangue colhidas seis meses depois provaram que eles ainda possuíam anticorpos 

 

Texto: Redação/Record TV Japan
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Os resultados de uma pesquisa feita no Japão podem trazer mais esclarecimentos sobre o Sars-Cov-2. Segundo o estudo, 98% das pessoas que foram infectadas pelo coronavírus continuaram a ter anticorpos por pelo menos seis meses. Para os pesquisadores, isso sugere que essas pessoas seriam menos suscetíveis a contrair novamente a doença durante esse período.

 

O estudo foi feito pela Universidade da Cidade de Yokohama, em conjunto com outras instituições. Segundo reportagem da NHK, esses anticorpos são capazes de enfraquecer atividades virais e prevenir outras infecções.

 

O estudo foi conduzido com 376 pessoas, na faixa etária dos 20 aos 70 anos, que foram infectadas pelo vírus entre os meses de fevereiro e maio, e se recuperaram posteriormente.

 

Os estudiosos japoneses analisaram amostras de sangue retiradas seis meses após as pessoas terem sido infectadas. Eles descobriram que 97% das pessoas que eram assintomáticas ou desenvolveram sintomas leves possuíam anticorpos neutralizantes em seus sistemas. 

 

A taxa foi de 100% para aqueles que tiveram sintomas moderados ou graves. De acordo com os pesquisadores, isso significa que anticorpos neutralizantes duram em 98% dos pacientes de coronavírus que se recuperaram.

 

Os pesquisadores planejam conduzir um estudo de acompanhamento para verificar a taxa de anticorpos mantidos depois de outros seis meses. 

 

Vacinação

 

Enquanto os estudos para entender melhor o vírus continuam, laboratórios correm para produzir uma vacina ou remédio eficientes. Nesta semana, a Agência Reguladora de Saúde e Produtos Médicos do Reino Unido (MHRA, a sigla em inglês) concedeu licença formal à vacina contra a covid-19 do grupo Pfizer/BioNTech. Com isso, o Reino Unido torna-se o primeiro país a começar a vacinar a população contra a doença, o que ocorrerá na próxima semana, informou o Ministério da Saúde britânico em comunicado. 

 

O Reino Unido fechou o acordo com a farmacêutica Pfizer para a compra de 40 milhões de doses.

Vacina desenvolvida pela Pfizer/BioNTech começará a ser usada no Reino Unido / Foto: Divulgação

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, classificou como “fantástica” a aprovação do uso da vacina, salientando que ela vai ajudar as pessoas a recuperar sua vida.

 

“É fantástico que a MHRA [sigla inglesa da Agência Reguladora de Saúde e Produtos Médicos] do Reino Unido tenha licenciado formalmente a vacina do grupo Pfizer/BioNTech contra covid-19. A vacina estará disponível em todo o Reino Unido a partir da próxima semana”, disse Johnson no Twitter.

 

“É a proteção das vacinas que, no final, nos permitirá recuperar a vida e reiniciar a economia”, acrescentou Johnson, que concederá hoje entrevista em sua residência em Downing Street.

 

A luz verde das autoridades do Reino Unido ocorre meses depois de testes clínicos rigorosos e extensa análise de dados por especialistas da MHRA. Eles concluíram que a vacina atendeu aos padrões estritos de segurança, qualidade e eficácia”, disse o Ministério da Saúde britânico. Os resultados dos testes em grande escala mostraram 95% de eficácia.

 

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) anunciou esta semana que realizará reunião extraordinária no dia 29 de dezembro, “o mais tardar”, para dar, ou não, luz verde à comercialização da vacina da Pfizer e BioNTech.

 

A Pfizer disse que começaria imediatamente a enviar a vacina com estoque limitado para o Reino Unido, que as doses são escassas e inicialmente serão racionadas até que mais vacinas sejam fabricadas nos primeiros meses do próximo ano.

 

Embora o Reino Unido tenha encomendado a vacina Pfizer suficiente para 20 milhões de pessoas, não está claro quantas doses vão chegar até o fim deste ano. São necessárias duas doses, com intervalo de três semanas, para proteção.

 

O governo britânico já disse que os primeiros a receber a vacina serão os profissionais de saúde, seguidos por adultos mais velhos.

 

Outras vacinas

 

Os reguladores britânicos também analisam a vacina feita pela AstraZeneca e pela Universidade de Oxford, mas o primeiro-ministro alertou que primeiro o país deve “navegar por um inverno rigoroso” de restrições para tentar conter o vírus, até que haja vacina suficiente para todos.

 

Em 9 de novembro, a farmacêutica norte-americana Pfizer e a parceira biotecnológica alemã BioNTech anunciaram que a sua vacina experimental para a covid-19 tinha 90% de eficácia, partindo da análise de 94 casos da doença.

 

Mais recentemente, a empresa de biotecnologia norte-americana Moderna informou que sua candidata a vacina é 94,5% eficaz na prevenção da covid-19, tendo em conta a análise de 95 casos.

 

A Rússia também anunciou que a Sputnik V contra a covid-19, desenvolvida pelo Centro Nacional de Epidemiologia e Microbiologia Gamaleya em Moscou, tem eficácia de 95%, segundo resultados preliminares.

 

O primeiro lote de Sputnik V para o mercado externo chegará às pessoas em janeiro de 2021, com base nos acordos já firmados com parceiros estrangeiros.

 

O laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford anunciaram também que sua vacina tem taxa média de eficácia de 70%.