Nesta semana, Ministério da Defesa apresentou novo submarino e também deu sinais de que vai investir em sistema de defesa antimíssil

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Ministério da Defesa do Japão/Divulgação 

 

Duas notícias publicadas nesta semana envolvendo o Ministério da Defesa do Japão mostram preocupação com a crescente ameaça militar dos vizinhos asiáticos, principalmente da Coreia do Norte, que continua os testes de mísseis balísticos, e da China, que pediu ontem (15) aos soldados para colocarem todas as “mentes e energia na preparação para a guerra”. A NHK divulgou hoje, 16, que o governo considera o uso de embarcações como defesa antimíssil.

 

Segundo a emissora pública, o Ministério da Defesa planejava usar uma base terrestre Aegis Ashore para fazer uso de radares e interceptores com o objetivo de bloquear mísseis balísticos. Porém, moradores próximos de onde a base seria alocada expressaram preocupação sobre a possível queda de destroços durante o lançamento de foguetes. Por isso, no início deste ano, o governo japonês desistiu dos planos de implementar o sistema terrestre, afirmando que seria muito oneroso modificar a tecnologia.

 

O Ministério da Defesa delineou possíveis alternativas no final de setembro. Entre elas, inclui-se a construção de estruturas com base marítima similares a plataformas de petróleo, bem como o uso de embarcações. Mas membros do partido governista criticaram a ideia das plataformas, que seriam facilmente alvo de ataques.

 

O ministério pretende fazer uma triagem de seu estudo sobre as possíveis alternativas até o final do ano.

 

Novo submarino

 

Na quarta-feira, 14, a Força de Autodefesa Marítima apresentou o mais novo submarino do Japão. Chamado de Taigei e pesando 3 mil toneladas, a embarcação foi construída pela Mitsubishi Heavy Industries Ltd. e está programada para entrar em serviço em março de 2022, tornando-se o 22º submarino da frota.

 

De acordo com as Diretrizes do Programa de Defesa Nacional de 2010, Tóquio estabeleceu uma meta de aumentar o número de submarinos de 16 para 22, em resposta ao aumento das atividades de Pequim em águas próximas ao Japão, especialmente em torno de um grupo de ilhas administradas pelo país e reivindicadas pela China no leste do Mar da China.

 

O Taigei, que significa grande baleia em japonês, mede 84 metros de comprimento e 9,1 metros de largura e custou cerca de 76 bilhões de ienes. O submarino de 70 tripulantes está equipado com baterias de íon-lítio para que possa permanecer debaixo d’água por mais tempo do que os modelos anteriores.

 

China

 

Nesta quinta-feira, a agência de notícias estatal chinesa Xinhua reportou que o presidente Xi Jinpin, durante uma visita a base militar em Guangdong, instruiu os militares a “manterem um estado de alerta máximo”, exigindo “lealdade, pureza e confiança absolutas”.

 

A emissora americana CNN divulgou que o presidente chinês esteve na base em comemoração ao 40º aniversário da Zona Econômica Especial (ZEE) de Shenzhen, criada em 1980 para atrair capital estrangeiro. 

 

Mas o momento é de tensão entre Estados Unidos e China, e a relação foi abalada ainda mais com a aproximação de Whashington com Taiwan e com a pandemia do coronavírus. Os norte-americanos dizem que os chineses são culpados pela crise mundial provocada pelo vírus, que tem origem na cidade de Wuhan.

 

No começo da semana, a Casa Branca havia divulgado uma nota em que afirmava estar negociando com o governo de Taiwan a venda de sistemas de armas avançadas, provocando a ira dos chineses.