Frequência de jogos na pandemia ajudou preparação visando a Olimpíada

 

 

 

Texto: Lincoln Chaves/Agência Brasil
Foto: ©André Soares/CBTM

 

 

 

A pandemia de covid-19 impactou a preparação da seleção feminina de tênis de mesa para a Olimpíada de Tóquio (Japão), com poucas oportunidades de as jogadoras competirem internacionalmente. Por isso, as titulares da equipe brasileira são unânimes em destacar, em entrevista à Agência Brasil, a importância das ligas nacionais que disputaram pelos clubes que defendem na Europa e que preencheram o calendário em meio à crise sanitária global.

 

Brasileira mais bem colocada no ranking da Federação Internacional de Tênis de Mesa (ITTF, sigla em inglês), na 48ª posição, Bruna Takahashi passou as duas últimas temporadas em Portugal, no Sporting. O clube foi vice-campeão da Taça de Portugal e semifinalista do Campeonato Português.

 

“Atuar lá fora é um passo muito grande. Fiquei muito feliz e agradecida ao Sporting pela experiência. Posso dizer que, sem a liga, meu Deus, teria sido muito mais difícil [a preparação]. Ajudou bastante a mantermos o nível e, de alguma maneira, sentir-se mais positiva para a Olimpíada”, disse Bruna.

 

Número dois do Brasil e 142º do mundo, Jéssica Yamada foi campeã da Copa da Rainha da Espanha pelo Reus Ganxets Miró e vice da liga da Suécia pelo Köpings. Apesar de ter sido o primeiro ano dela atuando pelas duas equipes, a temporada foi a nona da mesatenista na Europa. Seis das anteriores foram na França. Na equipe feminina, ela é a mais experiente no Velho Continente.

 

“A vantagem [de atuar nas ligas europeias] é estar em contato com atletas de bom nível o tempo todo. Isso é importante para a gente se manter ativa. Se não fossem as ligas, neste momento de pandemia, a gente não teria torneio internacional, então, como poderíamos competir contra esse nível se não estava tendo evento? Então, as ligas foram uma salvação para todas nós, tanto na parte de jogos, como de treino e financeiro, tudo que um atleta precisa”, descreveu Jéssica.

 

Terceira mesatenista do país no ranking da ITTF, no 144º lugar, Caroline Kumahara disputou pela primeira vez uma liga europeia. No Tecnigen Linares, da Espanha, foi vice da Copa da Rainha – inclusive, enfrentando Jéssica em um dos jogos da final contra o Reus Ganxets Miró. Ela também defendeu o Tennistavolo Norbello, da Itália.

 

“Foi uma experiência nova, desafiadora. Ao contrário do que as pessoas pensam, não é tão fácil encontrar lugar para treinar. Mas a questão da liga em si fez com que pudéssemos jogar bastante. Apesar de não termos campeonatos internacionais, para melhorarmos o ranking, ajudou muito a ganharmos ritmo de jogo”, sublinhou Caroline.