Atletas e demais credenciados para os Jogos poderão ser imunizados em seis capitais; expectativa é que mais de 7 mil doses sejam doadas ao SUS
Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: ©COB/Divulgação
O Comitê Olímpico do Brasil (COB), o Ministério da Defesa, o Ministério da Saúde e o Ministério da Cidadania definiram que a vacinação dos brasileiros que trabalharão ou representarão o Brasil nos Jogos Olímpicos Tóquio 2020 terá início no próximo dia 14 de maio. O prazo-limite para a aplicação da segunda dose a todos os integrantes dos Jogos Tóquio 2020 é 21 de junho, a 15 dias do primeiro embarque para o Japão e a 33 da abertura dos Jogos Olímpicos. Por meio desse acordo, serão beneficiados também os participantes dos Jogos Paralímpicos, de 24 de agosto a 5 de setembro, no Japão.
As vacinas serão repostas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), que ofereceu doses a todos os Comitês Olímpicos Nacionais, além de vacinas suficientes para imunizar mais dois cidadãos dos países beneficiados pela doação. A previsão é que sejam vacinados em torno de 1.800 brasileiros que irão ao Japão, o que equivale a aproximadamente 7 mil doses adicionais entregues ao SUS e cerca de 3.600 pessoas beneficiadas com a doação das vacinas através do Plano Nacional de Imunização.
O anúncio foi feito em Brasília, em evento que contou com a presença do ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o ministro da Cidadania, João Roma, o secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães, e o diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro Isaias Carvalho, além do vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB), Marco Antônio La Porta Júnior.
“O COB sempre se posicionou a favor de seguir o Plano Nacional de Imunização. Além disso, só abrimos conversas sobre a possibilidade de imunizar a delegação quando confirmamos que, para cada atleta ou oficial vacinado, o país receberá mais duas doses para imunizar a população brasileira. Esta é uma grande contribuição do Movimento Olímpico neste momento tão difícil que o mundo enfrenta”, diz La Porta, chefe de Missão do COB nos Jogos Olímpicos. “Mesmo sem a obrigatoriedade da vacina para a participação nos Jogos, não há dúvidas de que nos sentiremos mais seguros para representar o Brasil nos Jogos Olímpicos”, completa.
Antes do início da vacinação, o Ministério da Saúde emitiu uma nota técnica incluindo a delegação no Plano Nacional de Imunização. Cerca de 190 credenciados já foram imunizados e outros 200 estão no exterior, portanto fora da lista de vacinação entregue ao Governo Federal. O Ministério da Defesa será responsável pela logística da vacinação e ofereceu instalações militares em seis cidades brasileiras: Belo Horizonte, Brasília, Fortaleza, Porto Alegre, Rio de Janeiro e São Paulo. O COB, por sua vez, levará os atletas até a capital mais próxima de onde estão para receber a aplicação.
“Realizamos várias reuniões com o Ministério da Defesa para facilitar a logística das Forças Armadas. Por exemplo, o vôlei estará concentrado em Saquarema (RJ), e a ideia é que essa vacina vá até lá. Temos muitos atletas treinando no Centro de Treinamento Time Brasil nesse momento e, por isso, queremos usar também esse espaço como ponto de vacinação”, explica o presidente do COB, Paulo Wanderley. “O esporte tem essa capacidade de passar uma mensagem de esperança, de virada, nesse momento difícil pelo qual estamos passando. Ter os atletas protegidos dos sintomas mais graves e, ao mesmo tempo, beneficiar a população é algo muito vantajoso”, completa.
No início de março, o presidente do COI, Thomas Bach, informou que a China havia oferecido vacinas a todos os atletas e oficiais participantes dos Jogos de Tóquio, assim como para aqueles que disputarem os Jogos Olímpicos de Inverno Pequim 2022. Segundo o COI, as doses serão disponibilizadas através de colaboração com parceiros internacionais ou direto nos países onde já há acordos com o governo chinês.
Diversos países informaram a intenção ou já iniciaram a imunização suas delegações, como Alemanha, Bélgica, Canadá, Espanha, Itália, México e Nova Zelândia, entre outros. O COI afirmou recentemente que acredita que a vacinação em massa de atletas, apesar de não ser uma exigência do Comitê Organizador Tóquio 2020 e nem do próprio COI para a participação nos Jogos, será importante para criar um ambiente mais seguro em Tóquio.
“Estamos ajudando a colocar mais vacinas no sistema público. Inclusive, acreditamos que os atletas podem incentivar a população a se vacinar, principalmente para a segunda dose, que muitos estão deixando de tomar. Todos saem ganhando com essa ação”, afirma o campeão olímpico e diretor-geral do COB, Rogério Sampaio.