Técnica da seleção feminina sublinha técnica asiática e força africana; das três adversárias, a equipe dos Países Baixos é a mais bem posicionada no ranking
Texto: Lincoln Chaves/Agência Brasil
Foto: ©Laura Zago/CBF/Direitos Reservados
A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) publicou um vídeo da técnica seleção feminina, Pia Sundhage, comentando o sorteio dos grupos da Olimpíada de Tóquio (Japão), realizado ontem (21). Das três adversárias da primeira fase, a equipe dos Países Baixos é a mais bem posicionada no ranking da Federação Internacional de Futebol (Fifa), em terceiro lugar. É também a rival de quem a comissão técnica mais possui informações.
“Os Países Baixos disputaram a final da última Copa do Mundo [em 2019, na França, derrotadas pelos Estados Unidos] e sabemos que é um time muito bom. Conhecemos todas as jogadoras, pois as vimos muitas vezes. O jogo pelos lados do campo será muito importante contra elas, tanto ofensiva como defensivamente”, afirmou Pia à CBF TV.
As neerlandesas foram adversárias do Brasil com Pia no Torneio Internacional da França, em março do ano passado. Na ocasião, as seleções empataram sem gols. O reencontro será na segunda rodada do torneio olímpico, em 27 de julho, às 20h (horário do Japão), na cidade japonesa de Miyagi.
🧳 Now that we know the groups for the Men’s and Women’s #OlympicFootball Tournaments, let’s take a trip down memory lane and enjoy some of the best goals at the @Olympics through the years
🍿 More of this at #Tokyo2020 please! pic.twitter.com/3YLLYrEapL
— FIFA.com (@FIFAcom) April 21, 2021
Antes, no dia 21 de julho, às 17h, também em Miyagi, o primeiro desafio será contra a China, a mesma rival da estreia da seleção feminina nos Jogos do Rio de Janeiro, em 2016. Dirigido por Vadão, há cinco anos, o Brasil venceu por 3 a 0, gols da zagueira Mônica, da meia-atacante Andressa Alves e da atacante Cristiane.
Com Pia no comando, as brasileiras pegaram as asiáticas na final do Torneio Internacional de Chongqing (China), em novembro de 2019. As equipes ficaram no 0 a 0 no tempo normal e as anfitriãs venceram na disputa por pênaltis. A treinadora, aliás, trabalhou na seleção chinesa como auxiliar na Copa do Mundo de 2007.
“A China se classificou [para Tóquio] ao derrotar a Coreia do Sul [no Pré-Olímpico asiático]. Vamos nos aprofundar para termos certeza de saber tudo sobre elas. É uma seleção técnica. Um time duro, coeso e agressivo no ataque, que está se preparando muito para essa competição”, comentou a técnica brasileira.
O Brasil encerra a participação na primeira fase dos Jogos de Tóquio contra a Zâmbia, no dia 27 de julho, às 20h30, na cidade de Saitama. As zambianas, embora figurem apenas na 104ª colocação do ranking da Fifa e sejam a 12ª nação africana mais bem posicionada, surpreenderam ao conquistarem o Pré-Olímpico continental, superando Camarões.
“Para ser sincera, não sabemos muito sobre a Zâmbia e, provavelmente, esse será o maior desafio. Por isso, é até melhor que não a enfrentemos no primeiro jogo, e sim na última partida. Assim, teremos a chance de saber um pouco mais sobre essa seleção. Pela minha experiência contra times africanos, elas são sempre muito fortes e rápidas. Talvez não seja a equipe mais organizada taticamente, mas elas estão se preparando para algumas situações de uma contra uma e cruzamentos na área”, analisou Pia.
Até Tóquio, a treinadora espera que a seleção brasileira consiga ir a campo na próxima data Fifa, período destinado a jogos entre equipes nacionais. Por conta do cenário da pandemia de coronavírus (covid-19) no Brasil, não foi possível realizar amistosos na última data Fifa, entre 5 e 13 de abril. Nestes dias, Pia comandou treinos com um elenco formado predominantemente por jogadoras que atuam no país na Granja Comary, em Teresópolis (RJ).
“Estamos tentando nos preparando o máximo possível. Como todos sabem, não estamos jogando tantos jogos como a China e a Holanda. Teremos mais uma data Fifa e espero que tenhamos confrontos. Após esse período, imagino que teremos uma melhor ideia da qualidade da equipe brasileira. Temos ótimos planos para o período pré-olímpico e isso fará diferença. Se quisermos ter um time coeso e um plano de jogo, temos que trabalhar o DNA e, por isso, é preciso treinar muito”, concluiu a sueca.