Tóquio, governo central do Japão e organizadores dos jogos dividirão os custos extras, que deve passar dos 260 bilhões de ienes

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: ©Tokyo 2020

 

O primeiro-ministro Yoshihide Suga voltou a afirmar nesta sexta-feira (4) que os Jogos Olímpicos e Paralímpicos de Tóquio serão realizados no próximo verão. Em discurso pré-gravado para a Assembleia Geral da ONU, o líder japonês disse que a Olimpíada servirá como “prova de que a humanidade derrotou a pandemia”, que ceifou cerca de 1,5 milhão de vidas em todo o mundo e derrubou a economia global.

 

Suga reiterou o compromisso com a segurança e a proteção de atletas e fãs, mesmo com o Japão lutando com a pior onda de infecções desde o início do surto. “Continuarei a não poupar esforços para organizar um evento que seja seguro”, disse ele.

 

Até agora, realmente, o Japão conseguiu evitar uma crise na escala de países duramente atingidos, como os Estados Unidos, Brasil e Índia. Por aqui, não houve impedimento de locomoção e o comércio não foi obrigado a fechar as portas. Em maio passado, depois do governo declarar estado de emergência, os números caíram. No verão, voltaram a subir. E agora, no inverno, a terceira onda preocupa as autoridades.

 

Regras rígidas

 

Adiada pela primeira vez na história dos jogos modernos, a Olimpíada de 2020 será marcada também por regras distintas de qualquer outra competição. Os atletas passarão por testes regulares, não poderão sair da Vila Olímpica, não haverá festas e nem passeios turísticos. 

 

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Turistas serão permitidos, mas a capacidade dos estádios, ginásios e locais de competição não será total. Em seu discurso, Suga enfatizou a necessidade de a comunidade internacional se unir para lutar contra o coronavírus. “Devemos buscar um ‘mundo unido’, não um ‘mundo dividido’, em face deste desafio”, disse.

 

Os comentários foram feitos em meio ao aumento das tensões entre os Estados Unidos e a China, as duas maiores economias do mundo, sobre questões que vão desde comércio e segurança até direitos humanos.

 

A Assembleia Geral da ONU realizou a reunião anual virtualmente em setembro, mas convocou uma sessão especial de dois dias, entre ontem e hoje, para discutir a resposta ao coronavírus.

 

Contas

 

O adiamento dos jogos vai gerar um custo extra de cerca de 260 bilhões de ienes. A conta será dividia entre o governo metropolitano de Tóquio, o governo central e o comitê organizador, que devem arcar com 120 bilhões de ienes, 70 bilhões de ienes e 70 bilhões de ienes, respectivamente.

 

Boa parte do dinheiro é voltado para medidas de prevenção ao coronavírus. Os organizadores devem assegurar os recursos por meio da coleta de novas contribuições de patrocinadores e um pagamento de um seguro, de acordo com fontes do governo.