Local foi o último dos novos complexos esportivos inaugurado oficialmente, e abrigará as provas de natação, nado artístico e salto ornamental
Texto: Ewerthon Tobace/Record TV Japan
Fotos: Pablo Benavides/Record TV Japan
“Take your marks”, ou “Aos seus lugares”, em bom português. Foi a governadora de Tóquio, Yuriko Koike, quem deu a ordem e apertou o gatilho do som de largada que para que quatro atletas japoneses entrassem na piscina do Centro Aquático de Tóquio, inaugurando assim oficialmente neste final de semana o último dos novos complexos esportivos que será usado na Olimpíada do ano que vem. “Concluímos agora todos os novos locais”, disse Koike.
A estrutura já estava pronta há oito meses, mas sua inauguração foi adiada por causa da pandemia. Agora, vem a parte mais difícil para o Japão e para o comitê organizador dos jogos: como administrar o evento em meio a pandemia. A decisão final será tomada na próxima primavera, segundo a mídia japonesa.
Marcado para começar no dia 23 de julho de 2021, o governo japonês e o Comitê Olímpico Internacional (COI) quebram a cabeça para definir como será o formato da Olimpíada de Tóquio. São 15.400 atletas olímpicos e paralímpicos de mais 200 países e territórios, sem contar juízes, mídia, comissões técnicas, patrocinadores e fãs. “Gostaríamos de receber mais atletas e mais gente de fora”, disse Koike.
Inauguração
Na inauguração, acompanhada pela reportagem da Record TV Japan, foram realizadas demonstrações de natação, nado artístico e salto ornamental. Entre os quatro atletas que participaram dos 200 metros medley estava Rikako Ikee, que conquistou seis medalhas de ouro nos Jogos Asiáticos de 2018 em Jacarta, Indonésia. A nadadora era uma das favoritas para várias medalhas em Tóquio, mas ela foi diagnosticada com leucemia há pouco mais de um ano. A atleta passou por tratamento e tem esperança de se classificar para as Olimpíadas de 2024 em Paris.
A competição de natação começa logo na primeira semana dos jogos, enquanto as atletas de nado artístico vão disputar medalhas na segunda semana. A competição de salto ornamental se estenderá pela primeira quinzena.
O local será usado posteriormente pela população do bairro, que também participou da inauguração em um evento separado da mídia. Com o adiamento dos jogos, o governo metropolitano resolveu abrir a instalação para uso privado e também para que as federações esportivas possam fazer treinamentos antes da Olimpíada.
A estrutura chama a atenção de quem passa pelo local. Sua construção foi inovadora. Começou-se pelo teto, de 7 toneladas, que foi construído no chão e depois, aos poucos, levantado até 37 metros em três etapas. Foi pensado também para facilitar o acesso de qualquer pessoa com necessidades especiais. Possui teto solar e sistema de aquecimento especial, que reduz a emissão de gás carbônico.
Estrutura
O Centro Aquático fica próximo à Baía de Tóquio e comporta até 15 mil pessoas nas arquibancadas. O custo foi de US$ 520 milhões, o que o torna o segundo local mais caro, depois do estádio nacional de US$ 1,43 bilhão.
Até agora, segundo os organizadores dos jogos, estão sendo gastos US$ 12,6 bilhões no total. Porém, uma auditoria nacional afirma que o custo é o dobro. No mês passado, um estudo da Universidade de Oxford classificou Tóquio como os Jogos Olímpicos de Verão mais caros já realizados.
Ingressos
Fontes ligadas aos organizadores da Olimpíada de Tóquio também divulgaram que serão abertas, em novembro, as inscrições para reembolso de ingressos comprados para os jogos. Já o processo para reembolso dos bilhetes para as Paralimpíadas começará no mês seguinte.
O comitê organizador local vendeu cerca de 4,48 milhões de ingressos para a Olimpíada e cerca de 970 mil para as Paralimpíadas por meio do site oficial. A maioria dos ingressos vendidos antes do adiamento dos jogos continua válida para eventos remarcados. Reembolsos serão considerados para os compradores que não puderem comparecer devido ao adiamento. (com informações da Agência Kyodo e Reuters)