Carioca acredita que pode bater chineses com ritmo intenso de jogo; jogador é o quarto cabeça de chave do torneio

 

 

 

Texto: Juliano Justo/Agência Brasil
Foto: Divulgação/ITTF

 

 

 

Número sete do ranking mundial e primeiro latino-americano a atingir o top 10 no tênis de mesa, Hugo Calderano parte rumo a Tóquio pensando em apenas uma coisa: estar no pódio na sua segunda Olimpíada.

 

“Tem muita gente boa. Considero que, além dos chineses, serão uns 10 ou 12 atletas brigando por medalhas. E eu estou nesse grupo pela preparação que tive”, declarou o jogador em entrevista coletiva.

 

Os chineses faturaram 28 das 32 medalhas de ouro que estiveram em disputa em edições de Jogos Olímpicos. A última vez na qual o ouro não ficou com um representante do país asiático foi em Atenas (2004). A grande questão para o brasileiro é acreditar que é possível batê-los em Tóquio. 

 

“A parte mental é primordial. Minha técnica melhorou muito desde 2016, só que eles ainda são superiores. E é focando nesse lado psicológico que muitas vezes consigo equilibrar jogos e até ganhar de alguns chineses. Também acredito que meu estilo de jogo é um diferencial. Procuro ser muito agressivo. No mundo não deve ter ninguém jogando assim em duelos diretos com eles. Sei que já perdi algumas partidas por causa disso. Mas tenho certeza de que para conquistar coisas grandes, como um ouro olímpico, esse é o caminho”.

 

Em Tóquio, o brasileiro será o quarto cabeça de chave do torneio, posto que o colocará frente a frente com os chineses apenas em uma eventual semifinal. Para Calderano, esse é um grande diferencial. “É tudo teoria. Mas, sim, pode ajudar bastante. É um ponto positivo deixar esses confrontos mais difíceis para fases avançadas do torneio. Agora, é claro que, desde o início, entre os 32 melhores, se não entrar totalmente focado posso ser surpreendido”, afirmou.

 

Na reta final de preparação, o campeão do Pan-Americano de Lima em 2019 teve que deixar a cidade alemã de Ochsenhausen no mês de maio para se recuperar de uma lesão no ombro esquerdo no CT Time Brasil no Rio de Janeiro. “Atrapalhou um pouco minha preparação. Mas pude voltar ao Brasil. Rever minha família, algo que eu não fazia há um ano e meio. Teve uma parte positiva. Estou bem e conseguindo treinar bem”, declarou o atleta.

 

Além da competição individual, Calderano participará do torneio por equipes ao lado de Vitor Ishiy, Gustavo Tsuboi e Eric Jouti. “A gente vem muito bem, com bons resultados nas últimas competições. Isso ajuda também no nosso entrosamento. Seremos cabeças de chave número seis e enfrentaremos um time que tem um ranking pior do que o nosso nas oitavas de final. E, como o Brasil nunca chegou às quartas de final, se passarmos dessa primeira fase já seria espetacular. Somos muito unidos e temos o nosso objetivo em mente. Espero que tenhamos uma boa performance”, concluiu.