Caso Henry trouxe o debate sobre violência doméstica à tona; Unicef lembra que grande parte da violência contra as crianças acontece dentro de casa
Texto: Beatriz Albuquerque/Agência Brasil
Foto: Thinkstock
Depois de todo o país se chocar com a morte do menino Henry, de 4 anos, no Rio de Janeiro, vítima de violência doméstica, muitos pais estão se perguntando como evitar que isso aconteça. A psicóloga Caroline Brilhante garante que validar e ouvir a queixa dos filhos ajuda muito.
Para ela, os pequenos sempre sinalizam, de alguma maneira, que algo não vai bem. Caroline explica que choros frequentes ou mudanças no comportamento na escola ou em casa são alguns dos sinais: “A criança pode começar a se tornar mais agressiva com o coleguinha na escola, por exemplo. Começar a fazer brincadeiras em casa de luta, de bater. [Pode apresentar] resistência em chegar perto da pessoa que é o agressor ou a agressora.”
Diante de sinais como esses, é importante buscar ajuda profissional. Bruna Azzari, especialista em direito da criança e do adolescente na Universidade Mackenzie, diz que quem tem condições deve levar a criança a um psicólogo, para tentar entender o que está acontecendo.
Bruna destaca ainda que a sociedade como um todo é responsável por proteger qualquer criança de violência e maus-tratos. Então, na dúvida, é bom procurar ajuda e denunciar.
O Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) se pronunciou em nota sobre a morte do menino Henry. O cuminicado destaca que, em todo o mundo, grande parte da violência contra as crianças acontece dentro de casa, e o agressor é conhecido da vítima.
Entenda o caso
O menino Henry Borel Medeiros morreu no dia 8 de março, no apartamento onde morava com a mãe Monique Medeiros e o padrasto, o vereador Dr. Jairinho. Inicialmente, o caso foi tratado como um acidente.
A mãe e o padrasto se declararam inocentes e mantinham a versão de que o menino havia caído da cama, durante a madrugada. No entanto, perícias médicas constataram que a vítima havia sofrido agressões.
O delegado Henrique Damasceno, que investiga o caso, diz não ter dúvidas de que Jairinho é o autor da morte de Henry. A polícia ainda investiga qual teria sido a participação da mãe no crime.