China concedeu à guarda costeira do país novos poderes para combater embarcações estrangeiras em águas territoriais chinesas, inclusive autorização para abrir fogo

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Fotos: Reprodução/Governo japonês

 

A semana começou com uma tensão entre Japão e China causada por um problema antigo. No fim de semana, o ministro da Defesa japonês, Nobuo Kishi, e o novo secretário de Defesa norte-americano, Lloyd Austin, reafirmaram que as Ilhas Senkaku (ou Diaoyu, como são conhecidas na China), no Mar da China Oriental, estão cobertas pelo Artigo 5° do Tratado de Segurança Nipo-Americano. O acordo obriga os Estados Unidos a defender territórios sob controle administrativo do Japão.

 

A notícia da conversa, por telefone, entre as duas autoridades foi publicada pela NHK e aconteceu logo depois da China conceder à guarda costeira do país novos poderes para combater embarcações estrangeiras em águas territoriais chinesas, inclusive autorização para abrir fogo. O órgão também vai ter aprovação para destruir estruturas construídas por organizações de outros países ou indivíduos em águas ou ilhas sob jurisdição chinesa.

 

O Japão controla as Ilhas Senkaku. China e Taiwan as reivindicam. O governo japonês afirma que o arquipélago é parte inerente do território japonês em termos históricos e sob a lei internacional. Também diz que não há questão de soberania a ser resolvida.

 

 

De acordo com um artigo publicado pela BBC, a briga pelo pequeno arquipélago localizado ao extremo sul do Japão já dura mais de duas décadas. Entre as provas divulgadas pelo Japão estão uma carta, de 1920, que teria sido assinada pelo cônsul chinês em Nagasaki, na qual ele agradece o resgate de pescadores chineses que naufragaram perto das ilhas Senkaku. 

 

“(No total) 31 pescadores de Hui’an, província de Fujian, se perderam durante uma tempestade de vento e foram empurrados para a ilha Wayo, uma das ilhas Senkaku, distrito de Yaeyama, província de Okinawa, império do Japão”, diz o trecho. Para o governo japonês, é uma prova de que a China já reconhecia o arquipélago como parte de Okinawa.

 

Outro documento é um artigo publicado pelo People’s Daily, a imprensa oficial da China, em 8 de janeiro de 1953, que fala sobre a luta da população local contra a ocupação americana. No texto é citado o nome Senkaku e não Diaoyu – como os chineses chamam o arquipélago hoje. Uma terceira prova seria um mapa geográfico publicado pela China em 1933, no qual as ilhas Senkaku são indicadas como pertencentes ao Japão.

 

Os japoneses reclamam que somente a partir da década de 1970, quando foi divulgada a existência de potenciais reservas de petróleo e gás na região, que as autoridades chinesas e de Taiwan passaram a reivindicar a posse das ilhas.