O total de casos da nova variante chega a 45 em todo o país; Japão define Taro Kono como responsável pela campanha de vacinação, ainda sem data para começar
Texto: Redação/Record TV Japan
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O Ministério da Saúde, Trabalho e Bem-Estar Social do Japão confirmou a infecção de três pessoas da província de Shizuoka pela nova cepa do coronavírus detectada no Reino Unido. O que intriga as autoridades é que os três não viajaram para o exterior recentemente e nem tiveram contato com pessoas que saíram do país.
Entre os infectados estão um homem na casa dos 60 anos e duas mulheres, uma na faixa dos 20 e outra dos 40. A mais jovem desenvolveu os sintomas no início de janeiro e a outra mulher esteve em contato com ela e teve os sintomas dias depois.
Esta é a terceira vez que pessoas que não estiveram no Reino Unido são confirmadas infectadas pela nova cepa da SARS-CoV-2. Wakita Takaji, chefe do Instituto Nacional de Doenças Infecciosas, disse que as rotas de infecção estão sendo rastreadas e que esses recentes casos sugerem que infecções tenham sido adquiridas em comunidade dentro do país.
Com estes últimos casos, o número total de infecções com a nova variante chega a 45 no Japão. Mais recentemente, um jovem na casa dos 20, morador da capital japonesa, que voltou do Reino Unido também foi confirmado infectado com a nova variante.
Estima-se que esta nova cepa do vírus tenha uma transmissibilidade de até sete vezes mais que a outra. O número de mortes provocadas pela pandemia do novo coronavírus já ultrapassou dois milhões.
Vacinação
Enquanto vários países no mundo começaram a imunização da população, o Japão ainda se prepara para começar o processo. O ministro da Reforma da Regulamentação do Japão, Kono Taro, será o líder dos esforços para lançar a campanha de vacinação no país, que deve começar até o final de fevereiro.
O governo entende a vacinação como a chave para conter a disseminação do vírus. O objetivo é disponibilizar as doses da vacina até o final do próximo mês, depois que sua eficácia e segurança forem confirmadas.
Segundo matéria da NHK, o ministro Kono declarou que se esforçará para que o maior número possível de pessoas seja vacinado o mais rápido possível. O governo japonês espera iniciar a inoculação dos profissionais médicos por volta do fim de fevereiro e de idosos no final de março, sendo seguidos então por pessoas com problemas de saúde.
Olimpíada
Enquanto o país vê o número de casos aumentar dia a dia, o primeiro-ministro japonês, Yoshihide Suga, prometeu seguir em frente com os preparativos para a realização das Olimpíadas de Tóquio, mesmo diante da crescente oposição pública.
O próprio ministro Kono chegou a dizer à Reuters na semana passada que os Jogos podem não acontecer conforme planejado, tornando-se o primeiro membro do gabinete a expressar dúvidas sobre a realização do evento.
Os comentários de Kono intensificaram a pressão após pesquisas recentes da mídia mostrarem que cerca de 80% dos japoneses acreditam que a Olimpíada, já adiada por um ano devido à pandemia, deveria ser adiada novamente ou cancelada por completo.
“Continuaremos com os preparativos, com determinação para construir medidas contra as infecções e realizar um evento que pode trazer esperança e coragem para o mundo”, disse Suga em um discurso político no início de uma sessão parlamentar.