Primeiro-ministro diz o governo quer aprofundar as discussões com especialistas antes de tomar qualquer iniciativa

 

Texto: Redação/Record TV Japan
Foto: Divulgação/Tepco

 

O Japão não sabe o que fazer com a água radioativa tratada da usina nuclear de Fukushima. Depois de sofrer críticas do mundo todo, o primeiro-ministro Yoshihide Suga disse que o governo vai encontrar uma solução o mais rápido possível. Recentemente, foi divulgado pela mídia japonesa que havia um plano de liberar a água no mar.

 

“Não podemos adiar a questão para sempre. Gostaríamos de tomar uma decisão com responsabilidade o mais rápido possível”, disse o primeiro-ministro em entrevista coletiva em Jacarta ao encerrar a primeira viagem ao exterior desde que assumiu o cargo, em meados de setembro. O primeiro-ministro visitou a Indonésia e o Vietnã.

 

“Não houve decisão sobre quando ou como lidar com a água”, disse Suga. De acordo uma reportagem da agência Kyodo, o governo quer primeiro discutir com mais profundidade a questão e ouvir especialistas no assunto. Só então, vai tomar uma decisão sobre o que será melhor fazer com os dejetos e, assim, prevenir danos à reputação do país.

 

China e Coreia do Sul já opinaram negativamente sobre o tema. Ambos os governos e também pescadores locais disseram estar preocupados com o despejo de água radioativa no mar. 

 

Fukushima Daiichi, nome oficial da planta, está paralisada desde o grande terremoto de 2011, seguido de tsunami. A expectativa é de que o governo japonês tome uma decisão até o final deste mês.

 

A rede pública NHK explicou num de seus programas que a planta de Fukushima, operada pela Tokyo Electric Power Company Holdings Inc. (Tepco), tem gerado grandes quantidades de água contaminada por radiação desde o acidente. Essa água é usada para resfriar os reatores, que sofreram derretimentos de núcleo.

 

Depois que ela cumpre a função, ela é tratada com um sistema avançado de processamento de líquidos, ou ALPS, para remover a maioria dos contaminantes, além do trítio, considerado relativamente menos tóxico. Essa água está sendo armazenada em enormes tanques construídos no terreno da planta nuclear. 

 

Mas, segundo a Tepco, não haverá mais espaço até o verão de 2022, já que são retiradas cerca de 170 toneladas da água contaminada por dia. Até setembro deste ano, a água armazenada totalizava 1,23 milhão de toneladas.